“A voz maior do cante Alentejano” vai estar em Viana do Castelo precisamente no dia do trabalhador. Vitorino Salomé vai dar um espetáculo esta sexta-feira à noite no Teatro Municipal Sá de Miranda, agendado para as 21h30. Vitorino nasceu numa família de músicos, no Redondo. Desde que nasceu que ouvia música em sua casa, tocada pelos seus tios, tendo sido sempre neste ambiente que cresceu, bem como os seus quatro irmãos, todos igualmente músicos. Vitorino é o terceiro dos cinco; o cantor Janita Salomé é o quarto. Conheceu Zeca Afonso, de quem se tornou amigo, quando estava a fazer a recruta no Algarve. Fixou-se em Lisboa a partir dos 20 anos, onde se associou à noite, às tertúlias e aos prazeres boémios. Em 1968 entrou para o Curso de Belas Artes, mas já antes disso tinha começado a pintar. Emigrado em França, estudou pintura e, para sobreviver, lavou pratos em restaurantes. Foi aqui que um amigo lhe disse que se ganhava mais a cantar na rua ou no metro do que a lavar pratos. Largou os pratos e agarrou na guitarra. Também em Paris se juntou, entre outros, com Sérgio Godinho e José Mário Branco, igualmente emigrados. Colaborou em discos de José Afonso e Fausto. Atuou no célebre concerto de Março de 1974, I Encontro da Canção Portuguesa, que decorreu no Coliseu dos Recreios. Lançou nesse ano o seu primeiro single: Morra Quem Não Tem Amores. Em 1975, estreou com o seu primeiro disco que incluía uma das canções mais importantes do imaginário português: “Menina estás à janela”.