Quase uma semana depois de registado o homicídio de um homem de 36 anos, no Cabedelo, ficam a conhecer-se mais pormenores sobre este caso. Fonte próxima do processo revelou à Geice a versão de um dos envolvidos no caso, o autor confesso dos disparos. Por volta das 10h30, tal como é habitual, o jovem saiu do seu local de trabalho, na Meadela, e depois de se despedir também da mãe, que trabalha num local próximo, seguiu de carro para a sua habitação, em Castelo de Neiva, cumprindo a mesma rotina que mantém há 4 anos. Chegado ao Cabedelo e seguindo em direção ao Castelo, na primeira curva terá sido intercetado, no meio da estrada, por um individuo empunhando uma caçadeira de canos serrados que, depois de o obrigar a parar entrou no carro, obrigando-o a seguir com a viatura por um caminho ermo. Um pouco mais à frente estava um outro carro parado, o da vítima mortal, à espera da sua chegada, tendo ambas as viaturas seguido pelo mesmo caminho cerca de um quilómetro. Seguido o trajeto a primeira viatura bloqueou a estrada e obrigaram o jovem a sair, revistando-lhe em seguida toda a viatura. Na mala encontraram, dentro de um estojo, uma caçadeira. O jovem é caçador e dispõe de licença de uso e porte de arma. Recorde-se ainda que o caso se registou numa quinta-feira, dia de caça. Os dois indivíduos terão obrigado o jovem a descodificar a arma mas, aproveitando a distração de um deles, agrediu no pescoço um dos indivíduos que deixou cair a sua caçadeira. O outro individuo agrediu com dois socos o jovem que, ao reagir, o fez também cair no chão. Já com a sua arma refugiou-se atrás do seu carro para se proteger mas, entretanto, o indivíduo que ainda tinha uma arma entrou dentro da mesma viatura e arrancou a alta velocidade, deixando o jovem a descoberto. O outro indivíduo começou também a correr para o seu carro e, quando entrou, fez um movimento que deu a entender que estava a apanhar algo do chão. Temendo que se tratasse de uma outra arma, e como entretanto já tinha conseguido destrancar a sua caçadeira, começou a disparar praticamente no escuro para a viatura, com o objetivo de se proteger e intimidar o outro indivíduo. No entanto, três dos disparos acabaram por vitimar mortalmente o homem de 36 anos. Em pânico, e depois de ter tentado prestar auxílio á vítima, (acabando por o reconhecer, visto que até à altura ambos estavam com a cara tapada), seguiu a correr pelo monte, perdendo-se pelo caminho, até chegar ao Cais Novo onde pediu socorro e ajuda para telefonar à PSP, que aliás depois acompanhou até ao local do crime. Depois da peritagem da Polícia Judiciária e de ouvido em Tribunal e até à conclusão do processo, o jovem encontra-se em prisão domiciliária, num local seguro. Refira-se ainda que o jovem não tem antecedentes criminais e é referenciado como um jovem responsável e trabalhador.