O Centro de Computação Gráfica da Universidade do Minho quer levar o cinema itinerante a zonas rurais da África do Sul, fornecendo gratuitamente a um conjunto de habitantes mochilas com tablet, projetor portátil, colunas hi-fi, bateria e acesso à cloud. A ideia é que estas tecnologias de computação móvel potenciem o micro-empreendedorismo e as oportunidades de negócio, melhorando, consequentemente, a qualidade de vida destas pessoas. Apoiado pela Comissão Europeia e pelo governo sul-africano, o projeto MOSAIC 2B conta também com o envolvimento da rede GraphicsMedia.net, da Disney Research Zurich, da Universidade de Pretória, entre outras entidades. Este projeto visa promover o micro-empreendedorismo em zonas rurais de países em desenvolvimento através da utilização de novas tecnologias. Foram selecionados para o “case-study” 15 adultos residentes em cidades situadas a vários quilómetros de Pretória. O objetivo é que estes empreendedores conheçam as várias fases de um negócio, desde a compra da matéria-prima à venda do produto, passando pela fixação de preços e captação de novos clientes. Além disso, pretende-se que eles consigam expandir-se com outros serviços ligados ou não à projeção de conteúdos de entretenimento (por exemplo, a comercialização de bebidas). No sentido de assegurar o “funcionamento normal” dos negócios, foram desenvolvidos mecanismos de rede de baixo custo e tolerantes a falhas e atrasos e aplicações baseadas em tecnologias cloud. A cargo do CCG ficou a conceção técnica de várias aplicações interativas. Uma delas permite, por exemplo, a análise em tempo real das despesas e dos lucros efetuados, dos filmes mais e menos visionados, entre outras variáveis que, ao serem analisadas adequadamente, permitem a otimização do micro-negócio. Garantir o download de filmes e outros conteúdos multimédia em zonas com cobertura “inexistente ou limitada” não é tarefa fácil, salienta Luís Almeida.