O executivo da Câmara Municipal de Viana do Castelo aprovou, por unanimidade, enviar ao Governo uma moção onde assume “disponibilidade” do município para acolher refugiados mas “com o enquadramento necessário a um assunto com esta seriedade”. A moção foi apresentada pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, que referiu que “o governo português deve assumir a sua parte de responsabilidade neste processo”, considerando que, “nesse contexto a Câmara de Viana do Castelo apoiará o esforço de integração destas vítimas”.
O documento foi aprovado por unanimidade pelos vereadores PS, PSD e CDU, mas José Maria Costa, autarca local, referiu tratar-se de “um assunto sensível” que “exige o devido enquadramento por estarmos a falar de pessoas, famílias e expetativas de vida”.
Na moção lê-se que “a Câmara Municipal de Viana do Castelo decide que, no quadro de um plano da responsabilidade do Estado central, apoiará o esforço de integração destas vítimas, honrando as tradições de solidariedade e humanismo do povo do nosso concelho”.
“O Estado português deve, por razões humanitárias e por obrigação constitucional, tomar as medidas para dar o devido acolhimento a refugiados e imigrantes numa expressão da solidariedade para com os povos vítimas das agressões. Um acolhimento que permita a integração plena, nos planos social, económico, e laboral, bem como dos direitos à saúde e à educação”, acrescenta a moção.
Recorde-se que a Europa tem estado sob intensa pressão para lidar com um elevado afluxo de refugiados e migrantes, maioritariamente oriundos da Síria, que estão a enfrentar um conflito iniciado em março de 2011 e que já matou mais de 240.000 pessoas. A Suécia e Alemanha são dos países mais procurados pelos que fogem da guerra e dos conflitos no Oriente Médio e norte da África.