Uma investigadora da Universidade do Minho criou um modelo matemático que avalia a probabilidade de sobrevivência de pacientes com cancro da mama baseado na progressão da proteína CA15-3. Este método permite detetar simultaneamente fatores de risco que afetam a sobrevivência e a progressão do tumor. Pioneiro a nível mundial, o projeto valeu a Ana Borges o Prémio da Sociedade Portuguesa de Estatística 2015. O modelo é inovador porque admite e quantifica a associação entre a probabilidade de sobrevivência e a progressão no tempo dos valores do CA15-3, medidos regularmente. Esclarecer a comunidade oncológica e científica acerca desta relação potencia o desenvolvimento de tratamentos mais adequados, além de disponibilizar novas informações quanto ao estado de saúde da doente e o seu prognóstico. “Esta investigação contribui para o entendimento da progressão do cancro da mama, em particular na população nacional. Trata-se de uma doença extremamente complexa sobre a qual incidem poucos estudos que caracterizem a especificidade das mulheres portuguesas”, diz Ana Borges, doutoranda da Escola de Ciências da UMinho. O Prémio da Sociedade Portuguesa de Estatística é atribuído anualmente para fomentar a investigação levada a cabo por jovens cientistas da área. “Esta distinção representa uma valorização do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos. É um incentivo importante para a realização de projetos que assentam na multidisciplinaridade e no intercâmbio entre a UMinho e instituições externas, como é caso do Hospital de Braga, bem como entre a Estatística e outras áreas, como a Medicina”, realça a cientista portuense de 34 anos. A pesquisa, intitulada “Modelação conjunta de dados longitudinais e de sobrevivência de cancro da mama”, foi desenvolvida no âmbito da sua tese de doutoramento, sob coordenação da professora Inês Sousa.