O Clube de Atletismo Olímpico Vianense conseguiu a “dobradinha” na 18ª Meia Maratona Manuela Machado, com dois atletas a conseguirem o pódio da prova. José Rocha foi o primeiro, com 1 hora, 05 minutos e 40 segundos, seguido do colega Miguel Ribeiro, que precisou de mais 5 segundos para terminar a corrida. O pódio fechou com o marroquino Hassan Lekhili, do Ouren Running, que competiu pelo circuito galego. No que toca às atletas femininas, Paula González foi a primeira, com 1 hora, 13 minutos e 36 segundos. Em segundo ficou Doroteia Peixoto, seguida de Filomena Costa.
A meia-maratona contou com 3.500 atletas, sendo que um milhar dos participantes veio de Espanha. No final, aos jornalistas, o vencedor José Rocha, de 39 anos, assumiu que “vencer na terra é sempre muito bom”. “Nunca tinha tido a oportunidade de correr esta meia-maratona, pois nos anos anteriores pertencia a um clube profissional e não podia participar. Este ano tive hipótese de competir, foi uma grande vitória, estou muito feliz por isso”, referiu. “O Miguel Ribeiro é meu colega de equipa, já treinamos há muitos anos, somos amigos. Foi uma dobradinha para o clube, estou feliz por termos conseguido o primeiro e segundo lugar”, garantiu.
Miguel Ribeiro, que ficou no segundo lugar, disse que foi “duríssimo” mas conseguiu bater o seu recorde pessoal. “Tive de pegar na corrida a partir dos 10 quilómetros, para ir buscar o marroquino, porque ele já ia com 32 segundos de avanço aos 10 quilómetros”, explicou, dizendo que conseguiu chegar à beira do atleta aos 20 quilómetros. “Fiquei em segundo lugar, consegui aqui o meu melhor lugar na meia-maratona e bati o meu recorde pessoal”, assumiu. “Um dos meus sonhos é poder vencer aqui, é uma meia maratona que quero ganhar”, reforçou.
Manuela Machado, ex-atleta, natural de Cardielos, que deu o nome à prova, mostrou-se muito satisfeita com a forte adesão, a maior de sempre. “Estou encantada, foi a maior participação de sempre. Tivemos muitos espanhóis, a todos eles eu agradeço o facto de fazermos desta meia-maratona uma das mais bonitas do país. Claro que o tempo não tem ajudado, nestes últimos anos, mas também já me têm dito que esta meia-maratona, sem chuva, não teria piada. Gostaria que estivesse um rico dia, para as pessoas virem para a rua aplaudir, mas estou encantada, até na caminhada solidária tenho uma grande participação, maior do que nos outros anos”, garantiu Manuela Machado.
“Esta corrida faz parte do calendário galego, os espanhóis estão cá em força, já vieram ontem. Ontem, sábado, a cidade estava cheia, os hotéis estavam cheios, o comércio estava cheio. Para mim também é muito importante o desenvolvimento que a prova traz para a cidade. No Inverno, é bom ver a cidade cheia”, revelou a maratonista.
José Maria Costa, presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, também disse que a meia-maratona “vai-se afirmando de ano para ano”. “A Manuela Machado é uma figura relevante do desporto nacional, que nós tivemos oportunidade de homenagear no ano passado, pela ocasião do 20º aniversário da data em que ela foi campeã do mundo. A prova disso é que esta prova está cada vez mais consolidada, vai ganhando cada vez mais expressão na vizinha Galiza – o que é muito importante -, e é, cada vez mais, a grande festa do atletismo em Viana do Castelo”, frisou o autarca.
À parte da 18ª Meia Maratona, realizou-se uma caminhada solidária, com quatro quilómetros de extensão, que conseguiu angariar 1.665 euros para apoiar a Metamorphys, associação que tem um centro de acolhimento de sem-abrigo instalado na Areosa.
Também a antiga atleta Aurora Cunha voltou a juntar-se à organização da prova. “A Meia Maratona Manuela Machado já faz parte do panorama nacional e até internacional, é uma meia que veio para ficar. Desde o início que faço parte, a convite da Manuela Machado”, explicou. “É fundamental agradecer aos patrocinadores, que permitem a realização de um evento com mais de três mil pessoas, vamos começar o ano da melhor forma possível”, realçou.