Sofia Ribeiro, formada em Psicologia pela Universidade do Minho, foi distinguida pela Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde, pelo trabalho “Impacto intergeracional da perturbação mental em jovens com história de vitimação”. O Prémio de Jovem Investigador de Mérito foi entregue no âmbito do 11º Congresso Nacional de Psicologia da Saúde, em Lisboa. Este estudo longitudinal pretendeu avaliar o impacto da doença mental dos pais, constante nos processos da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), na sintomatologia psicológica dos jovens com histórias de maus-tratos na infância. “Os resultados mostram que os adolescentes, cujos progenitores sofram de problemas de saúde mental, apresentam, cinco anos depois, médias duas vezes maiores na maioria dos sintomas de perturbação mental”, explica a galardoada, que defendeu recentemente a sua dissertação de mestrado na UMinho. O trabalho destaca a necessidade de proporcionar uma resposta às fragilidades e aos problemas identificados pelas CPCJ, em particular no caso da doença mental dos pais maltratantes. “Uma intervenção estruturada e eficaz ou o encaminhamento adequado dos progenitores para serviços de saúde mental parece ser central para aumentar o bem-estar destes jovens”, realça Sofia Ribeiro. Foram consultados 328 processos e avaliados 29 jovens de Braga, Guimarães e Montalegre, cinco anos após a sinalização de maus-tratos junto da CPCJ. O estudo, desenvolvido em conjunto com Ângela Maia e Miguel Basto Pereira (ambos da UMinho), será publicado em breve na revista “Psicologia, Saúde & Doenças”. “Este prémio é o reconhecimento e o culminar de um percurso académico marcado pelo desenvolvimento de competências de investigação no âmbito do mestrado integrado em Psicologia da UMinho, considerado um dos melhores cursos da área em Portugal”, afirma a investigadora de 23 anos.