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18 Mar 2016

Câmara de Viana investe 10.500 euros em ATL’s de Páscoa para meninos deficientes

Geice FM

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Esta Páscoa, 38 meninos com deficiência do concelho de Viana do Castelo vão poder usufruir de um programa de férias escolares especial graças a um […]

Esta Páscoa, 38 meninos com deficiência do concelho de Viana do Castelo vão poder usufruir de um programa de férias escolares especial graças a um investimento de 10.500 euros por parte da autarquia. Foi aprovada, esta quinta-feira, em reunião camarária, com a abstenção da CDU, uma proposta para apoio à Associação de Paralisia Cerebral de Viana do Castelo (APCVC) e à Fundação AMA Autismo para promoção de programas de férias de Páscoa.
A autarquia dá assim seguimento a uma das propostas aprovadas no Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Viana do Castelo, iniciada no passado Natal, concedendo Atividades de Tempos Livres (ATL) durante as interrupções letivas para alunos com paralisia cerebral e autismo. O ATL promovido pela Fundação AMA Autismo vai contar com 28 meninos inscritos e 15 monitores para dez dias de férias. Para tal, a autarquia vai apoiar a AMA com 8.010 euros. Já o ATL desenvolvido pela Associação de Paralisia Cerebral vianense vai receber 10 meninos, necessitando de 6 monitores, recebendo um apoio na ordem dos 2.378 euros.
Ilda Figueiredo, da CDU, optou por se abster por não concordar com a diferença de valores atribuídos às duas coletividades. “Se em relação à Associação de Paralisia Cerebral, tendo em conta anteriores posições nossas e a verba que é proposta, parece-me bem, não entendo a diferença de valor em relação à AMA, pelo que peço votação em separado. Se não for possível, abstenho-me, porque estou de acordo em relação ao apoio à Associação de Paralisia Cerebral mas discordo em relação ao apoio concedido à AMA”, indicou.
Ana Margarida Silva, vereadora com o pelouro da ação social, referiu ficar “surpreendida” pelo facto de a vereadora da CDU anunciar a abstenção “sem sequer pedir uma justificação para a diferença de valores”. “A Câmara de Viana devia orgulhar-se muito do ATL que promove, porque não há qualquer Atividade de Tempos Livres que acolha estes meninos com deficiência e os pais não têm onde deixar os filhos durante as férias”, frisou a responsável. “Pelo que sei, somos a única Camara do país a fazer isto. Sei de pais que já foram às Câmaras da Póvoa de Varzim e de Barcelos pedir uma iniciativa igual”, realçou a socialista. Explicou a diferença com o número de meninos apoiados, pois a AMA vai ter 28 crianças e a Associação de Paralisia Cerebral cerca de 10. Indicou ainda que os meninos autistas exigem uma atenção muito maior, com algumas crianças a exigirem dois monitores em permanência. “Para um menino com cadeira de rodas, basta um monitor, porque infelizmente não sai da cadeira. Mas, para os meninos autistas, muitas vezes dois monitores não chegam. Depende muito da especificidade da deficiência de cada criança”, realçou Ana Margarida Silva.
Helena Marques, do PSD, fez questão de apresentar o seu “testemunho” e de “salientar” o trabalho da Fundação AMA Autismo, referindo que a fundação luta pela “integração” das crianças autistas nas escolas. Ilda Figueiredo continuou dizendo que a Câmara de Viana tem uma posição de apoio demasiado grande, “porque nem sequer tinha obrigação de intervir neste processo, que é da responsabilidade da administração central”.
“Estas crianças com deficiência estão nas nossas escolas, a partilhar salas de aula com as nossas crianças. Estas crianças são sempre apoiadas pelas duas instituições, mas de forma pontual, algumas horas por semana. No entanto, na época de férias, o trabalho tem de ser diário, sistemático, de manhã e de tarde, porque as crianças não têm onde ficar”, indicou então Ana Margarida Silva. “Os nossos filhos, sem deficiência, são inscritos em qualquer ATL, mas os pais destes meninos não os conseguem inscrever, ninguém aceita estas crianças. Até ao ano passado não havia solução, pelo que adotamos esta ideia”, referiu a vereadora.
Ilda Figueiredo afirmou “entender” a “sensibilidade” da autarquia, mas considerou que “as Câmaras não podem substituir o Estado, sob pena de este nunca mais cumprir o seu dever”.
A fechar a discussão, o autarca José Maria Costa referiu que esta “é uma iniciativa inovadora”. “É preciso encontrar solução para este tipo de problemas a nível nacional. Esta é uma necessidade dos pais, que nas férias têm sempre este problema, porque não podem deixar o trabalho para cuidar dos filhos”, lamentou o líder socialista.

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