No dia em que os Bombeiros Municipais de Viana do Castelo celebraram os 236 anos de existência, o comandante Martinho Gomes de Campos recebeu o Crachá de Ouro pelo seu serviço de mais de 45 anos com exemplar comportamento nos bombeiros da cidade. Com muita emoção, Martinho de Campos foi homenageado e recebeu o Crachá de Ouro da Liga de Bombeiros Portugueses pelas mãos do presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo.
Aos jornalistas, na final da cerimónia, que aconteceu na manhã desta terça-feira, revelou-se surpreendido com a distinção. “Não estava à espera e estou bastante emocionado, como se compreende. Foi um trabalho que gostei de fazer, fi-lo com todo o meu empenho e custou-me abandonar a corporação. É a vida”, começou por referir o comandante.
“Tenho muito boas recordações de tantos anos de trabalho. Especialmente quando tínhamos aquelas situações mais complicadas e as coisas corriam bem – que nem sempre corriam -, no fim sentia-me aliviado, como se tudo tivesse valido a pena”, assegurou o comandante. Agora aos 65 anos de idade, explica que esteve até junho de 2015 na corporação de Viana do Castelo, instituição que serviu durante mais de quatro décadas.“Sentia sempre aquela sensação de dever cumprido. Valeu a pena. Tenho a certeza de que, se um dia reencarnar, voltarei a ser bombeiro”, realçou, já com o crachá de ouro ao peito, na farda.
Martinho Gomes de Campos iniciou a atividade profissional em Viana a 18 de outubro de 1974, com a categoria de Bombeiro-Motorista e, em 7 de dezembro de 1979, foi nomeado Bombeiro Municipal de 2ª. Classe, em 9 de abril de 1992, nomeado Bombeiro Municipal de 1ª. Classe e em 31 de janeiro de 1997, nomeado Subchefe da carreira de Bombeiro Municipal. A 5 de julho de 1999, por despacho do Presidente da Câmara, passou a assegurar as funções de comando, por impedimento do anterior comandante. Em 02 de agosto de 2001 foi nomeado na categoria de Chefe da carreira de Bombeiro Municipal, continuando a exercer as funções de Comandante até dia 01 de junho de 2015, data do último dia de funções.
“Vivi muitas horas difíceis, de muito sacrifício. Recordo-me de uma situação em que regressava de um incêndio em Amonde e, a conduzir, fui três vezes à valeta, por causa do cansaço. Depois descansei duas horas no quartel e fui para outro incêndio em Lanheses”, destacou. “A parte familiar é naturalmente prejudicada. Houve fases em que até a farda me vinham trazer ao quartel, porque eu não tinha sequer tempo de ir a casa trocar-me”, disse o homenageado.
No discurso que assinalou os 236 anos dos Bombeiros Municipais de Viana do Castelo, o autarca José Maria Costa agradeceu publicamente “a todas as corporações de bombeiros voluntários e profissionais que, ao longo dos anos, nos têm ajudado em períodos de grandes incêndios, e cujo apoio e generosidade nunca esqueceremos”. “A comunidade tem um enorme respeito pelo trabalho dos Bombeiros Municipais, confia no profissionalismo dos nossos homens. Estou certo que os nossos bombeiros municipais têm um enorme orgulho de pertencer a uma corporação com estes pergaminhos de 236 anos”, frisou o autarca socialista.
Luciano Moure, em representação da Liga dos Bombeiros Portugueses, homenageou a tenacidade dos bombeiros “mesmo em momentos em que as forças parecem faltar contra os mais temíveis adversários”. Já Luís Brandão Coelho, representante da Federação Portuguesa de Bombeiros, destacou o “espírito e a vivência dos bombeiros vianenses que fazem com que toda a sociedade e comunidade os reconheça enquanto uma mais-valia”.