Este sábado à noite, mais de 200 pessoas juntaram-se no jantar comemorativo dos 118 anos do Sport Clube Vianense, revelando esperança no futuro da coletividade. Rui Pedro Silva, presidente do clube, destacou a “boa adesão” ao jantar, indicando que este “é um momento agradável” e referindo que “o mais importante é podermos reforçar os laços entre os vianenses, num momento difícil”. O jantar juntou “sócios, atletas, ex-atletas, treinadores e ex-colaboradores, amigos e convidados” e, durante a cerimónia foram homenageados três sócios que completaram os 50 anos como associados, recebendo o emblema de ouro, e onze sócios foram agraciados com o emblema de prata, pelos 25 anos ligados ao clube.
José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana, voltou a apelar “a toda a comunidade vianense, aos empresários, ao movimento associativo, para que ajudem esta direção”.“Só com a ajuda de todos vamos poder conciliar um clube centenário com a sua população”, realçou o autarca socialista. “Nós precisamos do Sport Clube Vianense como um espaço de formação para os nossos jovens, como um espaço de novas oportunidades para outras modalidades. Neste sentido nós vamos dar todo o nosso apoio no que toca às áreas formativas, procurando preservar a sede do Vianense, para que se mantenha a memória e o património de uma instituição”, considerou ainda o edil.
No discurso oficial, o autarca referiu o “imenso orgulho” nos 118 anos do clube. “Claro que, ao longo deste tempo, existiram momentos melhores e piores, mas o Vianense tem nas suas páginas muitos textos escritos a ouro”, assumiu o presidente da autarquia do Alto Minho. “Precisamos fazer todos um esforço enorme em torno do clube. Penso que o Vianense tem de fazer uma refundação, face aos seus objetivos e repensando o seu futuro. A cidade e o concelho precisam do Vianense, precisam de um clube forte para levar bem longe o nome de Viana”, frisou. “A Câmara está ao lado da direção neste propósito. Temos de repensar os últimos anos. Penso que não direi inverdades se disser que temos de repensar o projeto do Vianense. Estamos disponíveis para ajudar a direção, mas este tem de ser um trabalho de toda a massa associativa e do concelho”, disse ainda. “Nesta refundação é preciso repensar modalidades amadoras e repensar o modelo do futebol”, destacou José Maria Costa.
“Há coisas que não vamos fazer, porque não são legais e não podemos correr riscos. (…) Vamos atuar dentro da lei, mas vamos dar o nosso melhor, em conjunto com a direção, para resolver algumas questões. Não nos podemos dar ao luxo de perder um clube com 118 anos de história. Deixo aqui um sinal de esperança e crença no futuro do Vianense”, vaticinou o autarca, terminando com muitos aplausos dos presentes.
Luciano Dias foi homenageado com o emblema de ouro, por ser sócio do Vianense há 50 anos. “Gosto do clube, é o clube da minha terra. Não tenho ido ao futebol, mas acompanho sempre, sempre”, admitiu, depois ser homenageado. “Os últimos desenvolvimentos do clube não têm sido muito bons, falta união, faltam várias coisas, mas tento apoiar, dou o meu contributo”, considerou. Já José Passos recebeu o emblema de prata, por 25 anos de associado. “Eu já tenho trinta anos de associado, tornei-me sócio mal comecei a trabalhar. Entretanto, estive cinco anos sem pagar quotas, porque não tinha emprego, por isso agora consideraram que faço os 25 anos de sócio”, explicou. “O meu falecido pai foi jogador do Vianense, era muito ligado ao clube, e eu tornei-me sócio para ele ver e saber que tinha um filho que também gostava do Vianense”, revelou o homenageado. “Nesta altura, o clube está numa situação mais difícil, mas acredito que vamos singrar. É a primeira vez que venho a um jantar do Vianense e fico contente por ver aqui tanta gente a apoiar o clube”, indicou ainda.
Joaquim Lavarinhas, de 64 anos, é funcionário do clube e está ligado ao Vianense há 41 anos. “O segredo é a cidade toda unir-se e a ajudar o Sport Clube Vianense. Só assim o clube pode ir avante. Neste momento, temos uma direção que está a trabalhar bem, que está honestamente a trabalhar bem, e precisamos da colaboração deles”, frisou. “Só com o apoio da cidade e de todo o concelho é que o Vianense pode erguer-se. Temos 118 anos ao nível do desporto, é preciso esse apoio”, referiu.
Manuel Cabral é sócio do Vianense desde 1953, tendo atualmente 78 anos de idade. Nunca jogou nem colaborou com o clube, mas confessa que “é o clube de que mais gosto”. “Desde pequenino que comecei a seguir o Vianense, foi iniciativa minha”, revelou. “Eu estou em tudo o que o Vianense faz”, destacou, pedindo “mais modalidades” ao clube, para “trazer mais juventude e mais pais como sócios”. “Mesmo doente, vou sempre à bola, todos os domingos”, assumiu o sócio há mais de seis décadas.
Vítor Carmo é um dos responsáveis pela equipa dos sub-13, com 17 meninos a seu cargo. “Eu auxilio os treinos. É complicado, porque miúdos dos 11 aos 13 anos são sempre complicados. A tarefa não é difícil, mas é necessário que haja entrega por parte dos atletas”, assume. “Eles são muito novinhos para terem o espírito do Vianense enquanto clube, e uma das tarefas que temos é incutir nos miúdos o gosto pelo clube e pelo grupo”, revelou.
Xavier Pires, de 16 anos, faz parte da equipa dos sub-17. Entrou no Vianense no ano passado e reconhece que é “um peso em cima dos ombros” representar o clube da cidade. “É sempre bom representar o Vianense porque é um dos clubes com mais visibilidade na região”, considerou o jovem. “Dentro do Vianense, quero chegar à equipa principal. Fora isso, o objetivo é chegar o mais longe possível”, referiu, dizendo que são 27 jovens nos sub-17 e que o objetivo é mesmo “serem campeões”.