Ao longo do presente ano letivo, cerca de 40 alunos da Escola EB 2,3 Frei Bartolomeu dos Mártires, em Viana do Castelo, estiveram envolvidos no projeto “Radão, hóspede invisível e indesejado”. A iniciativa, que envolveu o 7º D e o 7º E, foi criada dentro do Projeto Ilídio Pinho – Ciência na Escola e está agora numa fase final de apresentação de conclusões. O projeto escolar consistiu numa investigação sobre a quantidade de radão existente nas habitações, nas águas superficiais e subterrâneas.
O projeto “Radão, hóspede invisível e indesejado” começou com as quatro dezenas de alunos a apresentarem a ideia às turmas envolvidas e a outras turmas da Frei Bartolomeu dos Mártires. Depois, os jovens estudantes das duas turmas fizeram uma sessão de formação e de esclarecimento com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), parceiro neste objetivo. Os jovens promoveram medições de radão no ar de habitações, utilizando o sensor/medidor durante 48 horas na divisão em estudo, tendo recolhido um total de 11 amostras. Promoveram depois medições de radão na água, sempre com o apoio do Instituto Politécnico, sendo que António Curado, do IPVC, ficou responsável pela análise dos dados. A iniciativa pretendia sensibilizar a população e melhorar a qualidade de vida dos vianenses, tendo em conta que o radão é um gás radioativo desconhecido para a maioria das pessoas.
O radão é um gás de origem natural que pode ser encontrado em locais com granito. Tendo em conta o facto de esta rocha ser muito típica das habitações de Viana do Castelo, os estudantes tentaram descobrir se “dentro das nossas casas” existe ou não grandes concentrações deste gás. António Cunha, de 12 anos da idade, explicou à Geice que esta foi uma “boa experiência” que lhe permitiu conhecer melhor uma realidade até então desconhecida. “Fizemos também uma ficha de caraterização para percebermos de que são feitas algumas coisas, como janelas e mesas”, explicou o aluno.
Ainda dentro deste projeto escolar, os estudantes realizaram um concurso de desenho de “pin’s” sobre o radão, tendo promovido ainda um inquérito de rua junto da população de Viana do Castelo. Lara Ferreira, também de 12 anos, participou neste inquérito de rua que fizeram na Praça da República e assegura que “a maior parte das pessoas nem sequer sabia o que era o radão, pelo que nós estivemos a informá-las e a distribuir panfletos”.
Ana Luísa Sequeira, professora de Ciências Naturais, foi uma das docentes mais envolvidas neste projeto. A responsável explicou que o projeto foi premiado a nível nacional, tendo avançado para uma segunda fase, que está agora a ser concluída. As 11 amostras foram feitas em habitações de alunos, em casas com caraterísticas diferentes, umas com granito exposto, outras com gratino rebocado, outras sem granito, para comparar os valores e chegar “a algumas conclusões”. Os estudantes fizeram também recolha de 14 amostras em águas subterrâneas e superficiais.
Estudos referem que “se estivermos sujeitos, durante longos períodos de tempo, a grandes concentrações deste gás radioativo, podemos vir a sofrer de problemas respiratórios ou até cancro do pulmão”, indicou a docente.
Rosa Rego, professora de Física e Química, destacou a importância da parceria com o IPVC para o empréstimo dos medidores. A docente acredita que “cada vez mais é importante trabalhar em equipa e encontrar parceiros com os quais podemos promover projetos”, estimulando assim o trabalho em equipa dos estudantes.
Enquanto o projeto era desenvolvido, os estudantes iam atualizando todas as informações através do site oficial do agrupamento escolar, das redes sociais, utilizando também o Jornal da Escola e um blogue criado especificamente para esta iniciativa.
Blogue: https://www.projetofipradao.blogspot.com/