A Fundação Eça de Queiroz e a Universidade do Minho criaram o primeiro centro de tradução literária de Portugal. O “Centro de Estudos de Tradução” (CET-Tormes), sediado na Fundação Eça de Queiroz, em Baião, vai apostar na tradução literária através do ensino, da pesquisa, da atividade editorial e de eventos. Esta entidade deverá ser integrada em breve na Rede Europeia de Centros Internacionais de Tradutores Literários, cujo presidente veio esta semana a Portugal. “A função primordial deste tipo de centros ou Casas de Tradutor é refletir sobre a tradução e a própria prática tradutória, abrindo este modo de trabalho profundamente solitário entre os autores e tradutores e, também, o público em geral”, diz Orlando Grossegesse, diretor científico do Centro e professor do Departamento de Estudos Germanísticos e Eslavos da UMinho. “Portugal é dos países europeus onde a tradução literária ainda tende a ser subvalorizada ou, mesmo, despercebida na receção das literaturas estrangeiras. Por isso, é necessário conferir prestígio a esta área, tal como sucede no Centro e Norte da Europa, atraindo assim estudantes e instituições interessados”, realça. O trabalho do CET-Tormes vai centrar-se, entre outros aspetos, na obra de Eça de Queiroz, já traduzida para 20 idiomas (como alemão, islandês, russo e japonês), além do seu impacto internacional, académico e popular. O projeto permite ainda reforçar a atuação cultural, literária e crítica da UMinho e da FEQ, parceiras há vários anos. As primeiras ações deste Centro estão já a decorrer em Tormes e Braga (UMinho), como o I Colóquio TraduTormes – Encontro de Autores e Tradutores e a 1ª Oficina de Tradução Literária.