O deputado Luís Campos Ferreira, eleito pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo, considera justificar-se uma comissão de inquérito à atual situação da CGD. Para o deputado, “justifica-se e até digo mais: pode mesmo vir a ser a mais importante comissão de inquérito feita a bancos portugueses (e já lá vão cinco!), porque permitirá expor a promiscuidade entre os políticos e o dinheiro (repare, não digo a economia, digo o dinheiro), promiscuidade essa que em muito contribuiu para as aflições que o banco público hoje vive”. As declarações do eleito foram feitas numa crónica de opinião publicada num diário nacional. “Ninguém pode dizer que estamos perante uma caixa de surpresas”, isto porque “o corrupio entre sucessivos governos e as cadeiras da administração da CGD sempre esteve à vista de todos. Isso não quer dizer que não se justifica uma comissão de inquérito ao banco público”, salienta campos Ferreira.
“Não é arqueologia, como acusou ontem António Costa. É pedagogia para o presente e para o futuro. E é também uma obrigação perante os contribuintes, cada vez mais indignados (mas não anestesiados) face às agruras que o sistema bancário lhes tem imposto – sobretudo quando vêm aí, ao que parece, mais 4 mil milhões de agruras para recapitalizar a Caixa”, indica ainda.
Luís Campos Ferreira alerta no seu texto: “se Costa fala de arqueologia é porque antecipa que se vai descobrir muita coisa enterrada, provavelmente do tempo em que ele e o ministro Santos Silva eram os dilectos números dois e três no governo de Sócrates”. Para o deputado, “não está em causa discutir a natureza pública da Caixa”, até porque “é cada vez mais evidente que a gestão deficiente, os abusos ou a gestão danosa tanto ocorrem nos bancos privados como no público”, mas “já se deve discutir se a Caixa tem desempenhado eficazmente o seu papel de banco público”. “Penso que deve fazer muito mais. Já que temos um banco público, que trabalhe para o País em vez de ser o Pais a trabalhar para ele… e para uns poucos”, concluiu o deputado.