José Gonçalves “comemorou” esta terça-feira 52 anos, numa “festa” improvisada por amigos, no local onde se encontra em greve de fome desde o dia 13 de Junho. Na sequência de diversos problemas que envolvem os bens familiares, nomeadamente uma fábrica na Zona Industrial do Neiva e que agora pertence à irmã, depois de um processo de insolvência, José Gonçalves diz que se viu privado de tudo a que tinha direito, até mesmo ao acesso à casa onde nasceu. Mas o mais grave, sublinha, é não ter condições para criar o filho de 22 meses, que acaba por ser o grande motivo desta greve de fome. José Gonçalves diz-se discriminado e tratado de forma desigual pela família, a qual apesar de tudo diz amar, e afirma sentir-se profundamente sozinho. A grande mágoa, refere ainda, é o facto da própria família o ter transformado num “sem-abrigo”, já que nos últimos tempos tem vivido da caridade de amigos e do RSI, num montante de cento e poucos euros. José diz que esta é uma luta pelo futuro do seu filho de 22 meses. O processo que envolve os negócios da família é complexo mas, desde uma sentença de Abril passado que dava razão a José Gonçalves, a situação alegadamente agravou-se. Já visivelmente debilitado, José vai manter-se em greve de fome frente à empresa que era da família, pelo menos até que as forças o permitam ou que alguém consiga repor aquilo que ele considera ser uma situação de tratamento desigual. O “amor incondicional” que sente pelo filho foi, de acordo com José Gonçalves, o motivo que o levou a “dar a cara” para expor a situação social e emocional dramática em que atualmente vive.
Foto gentilmente cedida por Joca Fotógrafos