Este sábado à tarde foi inaugurada a exposição “O tempo resgatado ao mar” no Museu de Artes Decorativas de Viana do Castelo, iniciativa que apresenta cerca de 380 bens de todo o território nacional, que abrangem milhares de anos de história e que vão desde a época pré-romana até ao século XX, chegando a 1942.
O museu municipal apresenta agora uma exposição cuja maior parte do espólio é proveniente do fundo do mar, ambiente onde existem abundantes vestígios de histórias de outros tempos e de muitas gentes. Na exposição podem ser contempladas, pela primeira vez, três pirogas monóxilas em madeira de carvalho, provenientes do rio Lima – piroga nº 1, piroga nº 6 e piroga nº 2.
António Carvalho, director do Museu Nacional de Arqueologia, que esteve em Viana para inaugurar a exposição, explicou que o certame “dá a conhecer os principais resultados da atividade arqueológica náutica e subaquática em Portugal nos últimos anos”, incluindo “as suas colecções e os seus contextos”.
O director indicou que esta é “uma importante exposição” e que a chegada a Viana “dá continuidade à digressão nacional, que começou em março de 2014 em Lisboa e já esteve também em Cantanhede”. António Carvalho defendeu que o acervo disponível no Museu Nacional de Arqueologia, na capital portuguesa, representa a “memória” do país, revelando que o município de Viana do Castelo tem no museu nacional vestígios dos sítios arqueológicos de Carreço, Areosa, Foz do Lima, Rodanho, Citânia de Santa Luzia, entre outros.
O director disse ainda que existem 290 sítios arqueológicos no concelho de Viana, que estão representados no Museu de Arqueologia, sendo que 161 dessas ocorrências derivam do meio aquático. “Viana do Castelo é pois um desses locais onde esta exposição se justifica”, indicou. António Carvalho terminou a intervenção dizendo que “O tempo resgatado ao mar” fica em Viana até 31 de dezembro, “para ser visitado por públicos de todas as idades”, considerando que é uma exposição “muito pedagógica”, com interesse “nacional e internacional”.
José Maria Costa, presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, assegurou ser “uma enorme honra e privilégio” acolher a exposição no museu municipal. Revelou ter visitado a exposição em Lisboa, desvendando ter sentido “emoção” ao perceber que uma das pirogas do concelho tornou-se o “ex-libris” desta iniciativa. “O município está interessado em dar a conhecer o património e, acima de tudo, em tentar preservá-lo”, vaticinou, dizendo que esta exposição assinala da melhor forma os 90 anos do Museu de Artes Decorativas.
Esta exposição é organizada pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, Direção Geral do Património Cultural e Museu Nacional Arqueologia.