Apesar de não ter nenhum deputado eleito pelo distrito, o Partido Comunista Português colocou 20 perguntas sobre problemas do Alto Minho nos últimos meses. O balanço foi feito pela deputada Carla Cruz esta sexta-feira, numa visita a Viana do Castelo, onde se mostrou satisfeita com a evolução do país. “Por iniciativa, proposta ou com o contributo do Grupo Parlamentar do PCP, foi possível aprovar nesta sessão legislativa mais de 60 Propostas ou Projetos de Lei e mais de 150 Projetos de Resolução”, garantiu a deputada, indicando que entregaram “mais de 600 perguntas e requerimentos ao Governo” e que 20 “são de questões específicas do distrito de Viana do Castelo”.
Para a responsável, Viana do Castelo continua a ser um distrito de litoral, com índices económicos e sociais ao nível dos distritos do interior, ”aliando a desertificação, principalmente do interior do distrito, a índices de pobreza e desemprego dos mais altos do país”. Carla Cruz realçou que “as acessibilidades continuam a ser um dos grandes calcanhares de Aquiles, com uma injusta cobrança de portagens na A28 e com a requalificação da Linha do Minho, que teima em não avançar”. “Com todos estes constrangimentos, aliados a uma insuficiente cobertura a nível de cuidados de saúde, fruto do encerramento de vários centros de saúde, e de Unidade Local de Saúde do Alto-Minho, que tem a capitação mais baixa de todo o país, podemos afirmar que é fundamental uma maior atenção por parte dos deputados eleitos por este distrito”, vaticinou.
Entre as perguntas colocadas, destaque para as questões sobre o financiamento da Unidade Local de Saúde do Alto Minho e sobre a situação dos acordos de cooperação entre o Instituto de Segurança Social de Viana do Castelo e a APPACDM.
O PCP mostrou-se ainda preocupado com o controlo da vespa asiática na região, com as infraestruturas ferroviárias e rodoviárias nos distritos de Braga e de Viana do Castelo e ainda com os atrasos nos pagamentos do Programa Operacional Capital Humano, tendo também entregue um projeto de resolução para a eliminação das portagens na A28, A41 e A29.
No que respeita às visitas e reuniões ao Alto Minho, destacou as que realizaram com a Unidade Local de Saúde do Alto Minho, com os bombeiros voluntários, com a Casa dos Rapazes ou com o Lar, da Caridade com trabalhadores e estruturas sindicais que os representam.
“Nestes oito meses foi possível, ainda que de forma tímida e insuficiente, dar passos no sentido de inverter a política de exploração, empobrecimento e liquidação de direitos”, indicou a comunista, afirmando que “foi já possível repor salários e o horário das 35 na administração pública; pôr fim à sobretaxa para muitos cidadãos; baixar os montantes das taxas moderadoras e repor isenções que haviam sido removidas pelo anterior executivo; aumentar o salário mínimo nacional”, entre outras alterações.
Apesar disso, indica, “o país continua a ter imensos problemas que é preciso resolver”, como “o fraco crescimento económico, os baixos níveis de investimento público, o desemprego, a pobreza e exclusão social”. Carla Cruz afirma que Portugal precisa de “dotar-se dos meios e dos instrumentos para vencer o atraso e o subdesenvolvimento, a dependência e a atual vulnerabilidade” e defende que isso “implica enfrentar a União Europeia, que condiciona a nossa capacidade de produzir, a nossa liberdade de distribuir a riqueza criada, a nossa capacidade e a nossa liberdade de escolhermos o caminho que, enquanto povo, queremos seguir”.