Um grupo de cerca de 150 ex-trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) reuniu esta sexta-feira à tarde para decidir o que vai dizer ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, numa reunião agendada para a próxima terça-feira, onde deverá solicitar um regime de exceção para cerca de 400 antigos funcionários da empresa de construção naval. A maioria dos ex-trabalhadores deixa de ter subsídio de desemprego em 2017 e está preocupada com o futuro, pelo que vai pedir ao Governo a reintegração dos funcionários ainda em idade de trabalho e uma exceção para que seja prolongado o subsídio de desemprego ou que seja atribuída a reforma antecipada aos mais velhos.
O porta-voz da comissão representativa dos ex-trabalhadores dos ENVC, António Ribeiro, explicou que a reunião serviu para fazer “um resumo” das diligências que têm feito e dos encontros já realizados com alguns partidos políticos. “Só depois da reunião com o Ministério do Trabalho é que saberemos qual o passo a dar”, referiu o responsável, assumindo que vão apresentar as preocupações que têm com o final do subsídio de desemprego. O representante explica que, no próximo ano, cerca de meia centena de trabalhadores vão ter entre 55 e 56 anos, pelo que não terão acesso à reforma antecipada.
“Muitos trabalhadores vão ser penalizados, até devido ao mútuo acordo. Outros não vão ter direito à reforma antecipada nem a qualquer apoio social, pois a lei está mesmo assim. A malta mais jovem infelizmente já não tem apoios e não foi inserida no mercado de trabalho”, lamentou. “A solução é que o Governo tente minimizar e tente atenuar estas penalizações”, referiu.
Um grupo de quatro ex-trabalhadores dos ENVC vai ser recebido, no próximo dia 20, pelas 11h30, com responsáveis do gabinete do ministro Vieira da Silva, no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Caso a reunião não seja satisfatória, os ex-trabalhadores admitem formas de luta, mas têm “esperança” em obter resultados “positivos”, garante António Ribeiro.
Em 2014, quando os Estaleiros Navais foram subconcessionados à Martifer, estavam ao serviço 609 trabalhadores. A comissão representativa dos ex-trabalhadores foi criada no início de setembro deste ano para discutir o futuro com forças políticas e agentes do poder e já reuniu com o PCP, com o Bloco de Esquerda, com o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV), com o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo e com a Comissão Parlamentar do Trabalho e Segurança Social, aguardando ainda por resposta aos pedidos de reunião enviados ao PS, PSD e CDS.