Uma equipa da Universidade do Minho conseguiu reverter parcialmente as limitações motoras de ratinhos com lesões na espinal medula. Aqueles animais obtiveram ainda melhorias significativas na cicatrização, no tratamento da inflamação e no crescimento de novos axónios (condutores dos impulsos nervosos). Espera-se que estes avanços venham no futuro a ser aplicados em pacientes com lesões vertebro-medulares. O trabalho, publicado na reputada revista “Biomaterials”, teve a colaboração das universidades de Toronto (Canadá) e Tulane (EUA) e foi financiado pelo Prémio Santa Casa Neurociências – Melo e Castro, atribuído pela Misericórdia de Lisboa. António Salgado explica as implicações desta estratégia inovadora.
António Salgado, Nuno Silva, Eduardo Gomes, Rita Silva e Rui Lima, ligados ao Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (laboratório associado ICVS/3B’s) e à Escola de Medicina da UMinho, em Braga, conseguiram contornar a situação, desenvolvendo uma nova estratégia multidisciplinar para regenerar as lesões vertebro-medulares. Esta estratégia consiste na transplantação de dois tipos de células (células estaminais do tecido adiposo e células gliais do bolbo olfativo), que são encapsuladas num hidrogel biodegradável. Este último protege as células no processo de transplantação, permitindo em simultâneo estabelecer novas estruturas nervosas, cujo crescimento é induzido pelas duas populações celulares utilizadas.