Projeto do GAF quer combater violência doméstica que faz 500 vítimas por ano no Alto Minho

Foi apresentado, esta terça-feira, o projeto DoEqu@l, “faz a igualdade”, que quer combater a violência doméstica por todo o distrito, recordando existirem 500 vítimas desta problemática todos os anos no Alto Minho. Leandra Rodrigues, coordenadora geral do Gabinete de Atendimento à Família (GAF), entidade promotora, assegura que, no distrito, existem cerca de cinco centenas de queixas de violência doméstica, por ano, e que o GAF acompanha cerca de 100 processos anualmente.  A casa-abrigo do GAF foi criada em 2000 e foi a primeira a nível nacional, acolhendo cerca de 25 mulheres por ano. Ao longo dos anos já prestou auxílio a cerca de 400 vítimas femininas, sem contar com os filhos das mesmas.
No que toca à violência no namoro, “esta é uma problemática crescente”, embora não existam números oficiais, mas a coordenadora acredita que a aposta na prevenção é uma das ações mais importantes.
O projeto DoEqu@l pretende a promoção da igualdade de género, cidadania e não discriminação, a prevenção e combate à violência doméstica e de género; e a prevenção e combate ao tráfico de seres humanos. Esta iniciativa aposta também na melhoria da qualidade do serviço prestado pelo Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica (NAVVD) do Gabinete de Atendimento à Família de Viana do Castelo. Este é um serviço que assegura às vítimas apoio social, jurídico e psicológico, que o DoEqu@al pretende melhorar “ao nível da celeridade, das modalidades de intervenção, da criação de uma rede de suporte informal, do reforço da articulação interinstitucional com Ministério Público e da resposta diferenciada na formação e integração profissional de vítimas”.
Lúcia Gonçalves, psicóloga e responsável pelo projeto, explica que a ideia é “reforçar” a resposta do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica, sensibilizando também os mais novos para a violência no namoro através de ações junto de escolas secundárias do distrito. “Vamos lançar um programa de prevenção ao nível da violência do namoro, sendo que o objetivo é começar numa escola e depois disseminá-lo por todas as escolas do distrito”, explicou a responsável.
O projeto DoEqu@l surge no âmbito do Programa Operacional de Inclusão Social e Emprego (POISE), sob a coordenação da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Foi candidatado aos fundos comunitários em cerca de 180 mil euros, mas recebeu uma dotação de menos de metade, na ordem dos 70 mil euros.
Na sessão de apresentação do projeto, que aconteceu nas instalações do Convento do Carmo, em Viana do Castelo, marcaram presença representantes do Ministério Público, da Política de Segurança Pública, da Guarda Nacional Republicana, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Segurança Social e Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, entre outros parceiros.