Na edição deste ano, a Bienal de Cerveira vai prestar homenagem ao escultor, pintor e professor universitário Jaime Azinheira. O artista, falecido em 2016, será um dos artistas destacados da XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira, que regressa à vila das artes de 15 de julho a 16 de setembro.
Recorde-se que Jaime Azinheira teve íntima ligação ao evento, tendo sido vencedor do Prémio de Escultura na IV Bienal de Cerveira (1984), pela obra “Taberna”. Cabral Pinto, coordenador artístico do evento, explicou que “a exposição homenagem será feita no Convento de San Payo, em Vila Nova de Cerveira, e contará com uma mostra de obras inéditas da coleção particular da esposa do escultor, incluindo desenhos, fotografias e material documental”.
Nascido em Peniche em 1944, Jaime Miranda Azinheira formou-se em Escultura na Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1980, com 16 valores, segundo a biografia disponibilizada pela Universidade do Porto. No seu percurso artístico destacam-se os trabalhos de escultura, à base de gessos de grandes dimensões e de peças em papel e polivinilo, que representam figuras pitorescas e caricatas em situações quotidianas, tão poéticas quanto trágicas.
Obteve também uma menção honrosa na III Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira com a escultura “A Sueca” (1982), obra que integra a coleção da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, e o Prémio Garrett de Teatro, da Secretaria de Estado da Cultura (1988), pela cenografia da peça “Pássaro Verde”, representada pelos Comediantes do Porto.
De recordar que a Bienal Internacional de Arte de Cerveira assinala 39 anos de existência, mantendo o objetivo de ser um local de encontro, debate e investigação de Arte Contemporânea, num programa concertado com a vizinha Galiza e o Ensino Superior a nível Europeu. O tema de reflexão escolhido para esta edição é “Da Pop Arte às Trans-Vanguardas, apropriações da arte popular”, chamando à atenção para o choque tecnológico que temos vindo a atravessar, conseguido pelo acumular do saber através dos séculos e pela identidade das nossas populações.