Câmara de Melgaço diz que deficiência de rede de telemóveis prejudicou socorro a homem que faleceu no domingo

Em comunicado, a Câmara Municipal de Melgaço lamentou a deficiência de rede de telemóveis nos pontos mais altos do concelho, referindo que, desta vez, o problema aconteceu “em torno de uma situação grave, que se traduziu na perda de uma vida”. Manoel Batista, autarca de Melgaço, referiu que a falta de linha telefónica desde o dia 03 de fevereiro foi uma agravante para a situação que aconteceu este domingo, já que os meios de socorro não foram imediatamente acionados porque os telemóveis não funcionam e a rede fixa está cortada há cerca de duas semanas, dizendo ser “lamentável o local estar sem acesso a comunicações telefónicas há já dez dias”.

A autarquia melgacense refere-se ao caso de um homem de 67 anos, habitante de Castro Laboreiro, que sofreu um despiste num trator agrícola no lugar de Ribeiro de Baixo, informando que “a rede neste local é muito deficitária, apesar das muitas diligências da autarquia junto de todas as operadoras”. A agravar a situação, a população está sem telefones fixos, “cortados há cerca de duas semanas em virtude dos temporais sem que a PT seja célere na resolução do problema”, acusa ainda o município.

“É lamentável que ontem, para se pedir socorro, tivesse sido necessário ir ao centro da Vila de Castro Laboreiro. Era o local mais próximo com rede. Percorreram-se cerca de 4 quilómetros, quando uma chamada de telemóvel no local poderia ter sido crucial! Continuam a haver portugueses de primeira e portugueses de segunda’, acusou o autarca Manoel Batista.

“É inadmissível que em pleno século XXI as telecomunicações não cheguem a todas as pessoas”, acusa o responsável, dizendo que a Câmara Municipal de Melgaço tem reivindicado junto das várias operadoras a resolução da situação. “Esperamos agora, infelizmente com uma situação de morte, que as várias operadoras tomem decisões e ponham término a esta situação”, solicita ainda o autarca.

Para Manoel Batista, a deficiência de rede é uma questão problemática não só para a população, mas também para o desenvolvimento económico e turístico. “Se queremos captar pessoas temos de ter condições para isso. Quem visita a região quer continuar a estar conectado e em muitas zonas de Melgaço e do Parque Nacional Peneda Gerês (PNPG) não é possível. Ninguém vai querer visitar um local com deficiências na comunicação que o impossibilitará de contactar algum meio em caso de socorro. É importante refletirmos sobre isso e potenciar a dinamização económica que poderemos arrecadar com a atratividade turístico-comercial, envolvendo todos os agentes que atuam na região”, indica o responsável.