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14 Dez 2017

Cultura: “Alto do Minho” de Miguel Filgueiras novamente distinguido na Áustria

Pedro Xavier

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O documentário “Alto do Minho”, realizado pelo vianense Miguel Filgueiras em 2012, vai ser novamente distinguido em Viena, na Áustria. Depois de ter sido apresentado […]

O documentário “Alto do Minho”, realizado pelo vianense Miguel Filgueiras em 2012, vai ser novamente distinguido em Viena, na Áustria. Depois de ter sido apresentado no festival de cinema austríaco Ethnocineca em 2013, o filme vai ser agora parte integrante de uma retrospetiva dos melhores filmes exibidos pelo festival nas edições anteriores. Esta retrospetiva, cuja curadoria foi realizada pelo próprio festival, será exibida no Volkskundemuseum Wien, o Museu Austríaco da Vida Folclórica e Arte Folclórica.

O documentário experimental retrata o Alto Minho através de testemunhos de locais assim como planos de paisagem icónicos da região. “Ficamos contentes pelo reconhecimento do trabalho, penso que foi uma aposta ganha da cultura e da preservação da identidade”, revela Miguel Filgueiras em conversa com a Rádio GEICE.

Foi exibido em vários festivais de cinema da área etnográfica de renome, em festivais de cinema como, por exemplo, o Worldfilm – Festival de Cultura Visual de Tartu, na Estónia; o Ethnofilm – Festival Internacional de Cinema Etnográfico, na Croácia; ou o Margaret Mead Film Festival, no American Museum of Natural History, em Nova Iorque, EUA.

Desde a sua divulgação, o filme tem gerado interesse de forma persistente apesar do passar dos anos. É uma peça experimental, que tem gerado interesse não só do ponto de vista cinematográfico, mas também em círculos antropológicos.

Tem sido recorrente a exibição do filme em conferências da área pelo mundo fora, como foi o caso, por exemplo, na Conferência Finlandesa de Antropologia da Universidade de Tampere; no 1º Seminário sobre Cinema Antropológico, organizado pela Associação de Antropólogos da Letónia, em Riga; ou no Max Planck Institute for Social Anthropology em Halle, na Alemanha.

Apesar desta notoriedade, o realizador afirma que “não tem capacidades ou conhecimentos antropológicos para fazer uma análise” sobre o porquê deste filme continuar a ser escolhido para integrar essas conferências. “O trabalho foi criado para corresponder a uma expetativa de um filme experimental sobre a identidade”, explica.

No entanto, Filgueiras assume que “como [o documentário] retrata a validação humana e da identidade de uma região, como experiência criou uma necessidade de fazer uma análise”. Deixa no ar a sugestão de que, precisamente porque o seu “trabalho é muito humano”, focando-se no aspeto emocional da ligação à região, mas desprovido de rigidez científica, “talvez seja por isso que os surpreende”.

Ainda assim, o cineasta admitiu não ter recebido feedback dessas conferências, pelo que desconhece as discussões à volta do seu trabalho. “Depois de fazermos um trabalho, ele deixa de ser nosso. É meu como alguém que o assina, mas ele tem vida própria, não o consigo controlar”, sublinha.

Nos últimos tempos, o realizador tem-se mantido bastante atarefado, estando envolvido em vários novos projetos, mas sempre documentais e experimentais. Está atualmente a trabalhar numa peça que tem vindo a desenvolver nos últimos quatro anos, ainda ligada à antropologia, com a diferença do foco estar agora na humanidade e na relação entre humanos e animais. Além deste, ainda tem dois documentários a decorrer, desta vez sobre música.

 

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