Agora que estamos a menos de uma semana de terminar este ano de 2017, a rádio GEICE foi à rua para tentar perceber quais foram os eventos que mais marcaram os vianenses nestes 365 dias, tentar perceber o que esperam para 2018 e de que forma gostariam que a cidade evoluísse no novo ano que se avizinha.
2017 foi um ano com muitos altos e baixos não só para os vianenses, mas também no país no seu todo. Pelas ruas da cidade, as respostas dadas variaram imenso. Houve quem destacasse eventos pessoais, outros lembraram-se de eventos nacionais, houve quem gravasse na memória momentos de euforia, e outros irão reter momentos de tristeza.
Houve quem revelasse ter tido um ano cheio de mudanças, com novos horizontes, e que se tenha alegrado com acontecimentos a amigos ou familiares. Luís, feirante na Praça da República, destacou o sucesso do filho. Para ele, ver o filho acabar o curso foi o que mais o orgulhou. Com um sorriso nos lábios, Bárbara falou da sua gravidez. Por seu lado Sónia sorriu por ter arranjado emprego. Outros destacaram sucessos pessoais ou profissionais como pontos altos do seu ano.
No entanto, também houve quem sublinhasse momentos menos bons. Uma das respostas mais repetidas foram os incêndios que aconteceram durante este ano que custaram a vida a mais de cem pessoas. Sem dúvida das memórias mais negras deste ano, estas lembranças dos tempos de sofrimento de muitas famílias irão ficar gravadas nos portugueses por muito tempo.
Isabel Viana, comerciante, foi uma dessas pessoas: “magoou-me muito, fiquei muito triste com o que as pessoas passaram, o sofrimento que tiveram”, confessou. Para esta comerciante, “só quem vive realmente aquela desgraça é que sabe o que passa porque as outras pessoas não dão valor”.
Feita a mesma pergunta, o livreiro André Oliveira revelou que o que lhe saltava à memória também era “tragicamente, os incêndios”. André, que conseguiu a publicação do seu livro durante este ano, deu prevalência aos eventos que decorreram no verão e no mês de outubro do que aos seus eventos pessoais.
Menções honrosas dos acontecimentos de destaque deste ano, referidos por vários entrevistados, são o caso das adoções da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), que veio a público recentemente, assim como os escândalos da presidente da associação Raríssimas e ainda do caso dos e-mails do Benfica.
No que toca aos votos dos vianenses para o próximo ano, estes centram-se sobretudo em votos de paz. Muitos esperam que conflitos, crises e outros males por este mundo fora acabem, e desejam tempos melhores para todos. Prosperidade, felicidade e saúde estavam nas bocas de toda a gente, e espera-se que 2018 seja um ano mais favorável.
No entanto, quando foram questionados sobre o que desejariam que mudasse a nível local, as respostas foram mais explícitas. Maria José, uma transeunte, revelou que gostaria de ver o Prédio Coutinho deitado abaixo, considerando que este estraga a linha arquitetónica da cidade, e que se relocasse o mercado municipal novamente para aquela zona. “Acho que o mercado lá para cima não está nada bem, devia ser mais para o meio da cidade porque a cidade morreu desde que tiraram o mercado”, afirmou.
Por seu lado, Bárbara mencionou a necessidade de mais iluminação nas ruas da cidade, existindo muitas zonas, na sua opinião, bastante escuras e perigosas. Os estacionamentos também foram um ponto abordado por alguns dos entrevistados, que consideram estar em falta dado o crescente volume de automóveis a circular na cidade. Por outro lado, também houve quem defendesse a criação de mais espaços verdes um pouco por toda a cidade.
Ainda assim, a grande resposta foi a necessidade de existir um maior dinamismo em Viana do Castelo, através da criação de mais eventos, mais incentivos e mais atividades. Muitos queixaram-se da falta de atividade no município, e reclamaram que a cidade se encontra num estado letárgico, ou até mesmo moribundo.
Jovens, como o Ricardo, insistem na necessidade de se criarem mais eventos para a vida noturna. “Mais movimento para a noite”, afirmou o estudante. No mesmo sentido, Sara Lima revela que, na sua opinião, “a nível cultural somos uma cidade muito parada”. Sublinhou achar que a cidade é “muito bonita” e que “deveríamos aproveitar as valências todas que temos para organizar saraus, concertos, inúmeras coisas que iriam trazer mais visitantes à cidade e divertir também os nossos locais”.
Em contrapartida, também houve quem se queixasse da falta de dinamismo durante o dia. Aliás, as queixas não foram só sobre a alegada falta de eventos, mas também sobre a falta de divulgação dos que já existem. Sónia, empregada de loja, revela ser necessário haver “mais turismo e mais turistas em Viana do Castelo”, e gostaria que houvesse “mais incentivos” para que estes venham visitar a cidade, revelando ter a impressão que muitos não sabem o que acontece pela cidade.
Considerando esta perspetiva, para a maioria, a culpa reparte-se tanto pela autarquia como pelos os locais. Se a mesma maioria afirma que a autarquia poderia fazer mais, os inquiridos também concedem que a população tem que aderir mais aos eventos. Admitem que só ao dar retorno ao que já é feito é que será possível entrar num ciclo positivo. “Acho que temos um público com os locais muito pouco participativos em relação às atividades. Mesmo fazendo-se alguma coisa para a cidade, noto muito pouca adesão” confessou Sara Lima.
Tiago, estudante, resumiu tudo da melhor forma: que 2018 “seja um ano igual ou melhor do que 2017, porque todos os anos têm uma coisa boa, e que 2018 nos traga Portugal campeão mundial de futebol”.
Muitos vianenses esperam que os tempos melhorem, e querem mais para a sua cidade, mas também têm consciência que é também da sua responsabilidade tornar a cidade mais viva e ativa.