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28 Mar 2018

CDU opõe-se a controlo da água por órgão intermunicipal gerido pela Águas de Portugal

Pedro Xavier

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Membros da Coligação Democrática Unitária (CDU) do distrito de Viana do Castelo marcam uma firme oposição ao projeto de cedência da gestão da distribuição da […]

Membros da Coligação Democrática Unitária (CDU) do distrito de Viana do Castelo marcam uma firme oposição ao projeto de cedência da gestão da distribuição da água e da rede de saneamento para uma empresa intermunicipal gerida pela Águas de Portugal. O projeto, que tem vindo a ser desenvolvido há alguns meses, prevê que este novo órgão intermunicipal seja dividido em duas partes: uma participação de 49% para os municípios e outra de 51% para a Águas de Portugal, que passaria assim a ser responsável pela gestão destas redes no distrito. Segundo os militantes, esta iniciativa abre a porta a uma possível privatização, que consideram ser “inaceitável e que irá prejudicar gravemente toda a população do Alto Minho”.

A vereadora da Câmara de Viana do Castelo pela CDU, Cláudia Marinho, já tinha levantado estas questões junto do presidente da Câmara de Viana em várias ocasiões. Afirmou que a “água é um direito” e que a CDU será “sempre contra” este tipo de procedimentos. Em resposta, o autarca José Maria Costa indicou que essa não é uma hipótese que esteja em cima da mesa. O autarca assegurou na altura que apenas estão a estudar “a possibilidade de criação de uma associação dos dez municípios com as Águas de Portugal ou, então, só os dez municípios”, indicando ser “contra” a privatização das águas. José Maria Costa assume que a fusão tem como principal objetivo dar maior força aos financiamentos comunitários que são “essenciais à renovação das infraestruturas e à ampliação das redes”.

No entanto, a vereadora mencionou ainda que, apesar de na altura ter sido garantido o acesso ao estudo que está a ser desenvolvido sobre os impactos desta mudança, a “decisão é no próximo mês e não temos informações”. Para Cláudia Marinho, este é um documento que “tem que ser visto com todo o cuidado”, não “em cima do joelho”, e que “as populações têm que ser ouvidas” sobre este assunto.

Filipe Vintém, responsável regional no Comité Central do Partido Comunista Português, realça que a coligação não está contra a criação de um órgão intermunicipal, mas sim na entrega da responsabilidade da gestão das redes à Águas de Portugal. Segundo o próprio, uma possível solução seria entregar a participação de 51% aos municípios de forma a assegurar o controlo público da rede.

Este responsável explicou que a queixa está assente em 3 eixos: de que forma esta medida vai impactar os trabalhadores, como vai flutuar o preço da água, e a última – que os militantes consideram ser a mais importante – se este processo não representa uma abertura para uma possível privatização da rede das águas no futuro.  “Consideramos que é fundamental mobilizar a população para não permitirem que a água passe para empresas com muitos interesses económicos em torno da água”, referiu Filipe vintém, afirmando que este protesto se trata de uma “defesa da água pública”. O mesmo afirmou que o facto de não se ter falado desta medida durante as últimas eleições autárquicas, no passado mês de outubro, é uma “fraude política”.

Como exemplo, Filipe Vintém mencionou o caso do distrito de Aveiro, onde decorreu precisamente o mesmo processo, com a gestão a ser entregue à Águas de Portugal, cujo resultado foi um aumento geral nos custos da água e uma pioria das condições de trabalho dos funcionários da entidade.  “A água não pode ser um chavão”, rematou o responsável.

Estas questões também foram levantadas noutras assembleias municipais do distrito nas quais a CDU tem representantes, nomeadamente Ponte da Barca, através de Afonso Graçoeiro, e Arcos de Valdevez, com Romão Araújo. Este último disse que “a água não pode ser uma mercadoria” e que perder o controlo da gestão da rede é “um passo no sentido da privatização”. Além disso, revelou que nivelar os preços da água e da rede de saneamento tendo como base os preços praticados em Viana do Castelo vai obrigatoriamente levar a um custo acrescido para os outros concelhos.

Para a CDU, ” o direito à água não pode ser visto como um negócio” e, por isso, “apela a toda a população do distrito para que se mobilize” para “travar a criação desta empresa nestes moldes”.

 

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