A praça da República, em Viana do Castelo, foi palco hoje de um protesto que juntou cerca de meia centena de trabalhadores das dez Misericórdias do Alto Minho que reivindicaram aumentos salariais e a melhoria das condições de trabalho.
“Viemos demonstrar que se esgotou a paciência destes trabalhadores que estão há cerca de 30 anos a ganhar o salário mínimo nacional. A União das Misericórdias Portuguesas está fechada a negociações. É urgente, é necessário que a União das Misericórdias Portuguesas esteja aberta a negociar e que aumente estas trabalhadoras”, afirmou a dirigente local Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), Rosa Silva.
Durante a concentração foi aprovada, “por unanimidade e aclamação, uma moção onde constam as principais reivindicações dos trabalhadores, nomeadamente, o aumento dos salários, pagamento das diuturnidades, pagamento em dobro do trabalho normal em dia feriado e admissão de mais trabalhadores para as diferentes valências”.
Da praça da República, o protesto partiu em direção à delegação local da Autoridade Para as Condições de Trabalho (ACT) que Rosa Silva acusou de “não atuar”, apesar das “imensas queixas apresentadas pelos trabalhadores”.
Segundo Rosa Silva, no distrito de Viana do Castelo as dez Misericórdias empregam “mais de mil trabalhadores, a maioria mulheres”.
A sindicalista adiantou que “novas formas de luta poderão realizar-se, até que a União de Misericórdias Portuguesas aceite sentar-se à mesa das negociações”
Em dia de grande movimento na capital do Alto Minho e ao som de bombos e bandas de música de várias romarias do concelho que se apresentavam à cidade, as cerca de 50 trabalhadores entoaram-se palavras de ordem, exibiram uma faixa onde se lia “Trabalhadores das Misericórdias do distrito de Viana do Castelo lutam pelo aumento dos salários e diuturnidades” e empunharam cartazes, um deles com a frase: “Não há dinheiro para aumentar salários dos trabalhadores, não há 75 milhões para o Montepio”.
Foto Ricardo Sousa/DR-GEICE