O livro “O sonho é o princípio da conquista”, que retrata a carreira de Rui Sousa, o ciclista do povo como é tratado pelos fãs, foi apresentado este sábado, na vila de Barroselas.
“Sou um sonhador nato. Não consegui o maior sonho da minha vida, ganhar a Volta a Portugal mas dei sempre o meu melhor. Não ganhei porque os outros, no momento crucial, foram melhores. Não fui um atleta de muitas vitórias mas as que consegui foram muito sentidas, foram vitórias de sonho”, afirmou o ex-ciclista que gostaria que o seu exemplo fosse seguido pelos mais jovens.
“Que a minha luta seja um exemplo para os jovens”, afirmou, perante dezenas de convidados, entre família e amigos, na sessão de apresentação do livro que contou ainda com a presença do ministro da Educação e Desporto, Tiago Brandão Rodrigues, e do presidente da Câmara de Viana do Castelo, entre outros.
Rui Sousa deu as primeiras pedaladas como ciclista profissional, em finais da década de 1990. O sexto lugar alcançado na Volta a Portugal de 2001 e a 24.ª posição no Campeonato do Mundo de Estrada, do mesmo ano, fê-lo ascendeu a um patamar de notoriedade que não mais deixou de ser um referencial para todos os que estavam ligados à modalidade.
No ano de 2014 ingressou na equipa profissional de ciclismo Radio Popular/Boavista. Um dos momentos mais sublimes do ciclismo aconteceu em 2014 com cinco pódios na Volta a Portugal e vitória em todas as etapas icónicas.
A obra de Fernando Lebre e Paulo Rocha foi lançada, a 08 de agosto, durante edição 2018 da Volta a Portugal, um ano depois de Rui Sousa terminado a carreira.
Na apresentação do livro na terra natal do ex-ciclista e presidente da União de Freguesias de Barroselas e Carvoeiro, o diretor da Volta a Portugal, Joaquim Gomes, não poupou elogios ao “caráter” de Rui Sousa.
“Se fosse um pouco egoísta talvez tivesse obtido a vitória na Volta a Portugal mas colocou sempre a equipa à frente de interesses pessoais. Talvez outros tenham ganhado a Volta sem merecer”, disse Joaquim Gomes.
Também Tavares Rijo, responsável pelo departamento cicilimo do Boavista e que assina o prefácio do livro, classificou Rui Sousa como um “exemplo de profissionalismo, dedicação e entrega” e sublinhou o “orgulho” do ex-ciclista pela sua terra natal.
“Em Barroselas devem ter palavra de gratidão. Teve sempre orgulho em dizer que era de Barroselas, nem dizia que era de Viana do Castelo, mas de Barroselas”, disse, frisando que Rui Sousa “Pôs Barroselas no mapa, tal como Joaquim Gomes colocou Mondim de Basto”.
Um dos autores do livro, Fernando Lebre, realçou o “caráter humano, único” de Rui Sousa, referindo que a ideia do livro surge em 2017, quando venceu a etapa de Fafe da Volta a Portugal.
Disse que o livro aborda “não só da faceta de atleta, com histórias de 20 anos enquanto profissional do ciclismo, mas as de autarca, pai de família e empresário”.
O presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa disse que o concelho tem de “valorizar os bons exemplos, os ativos, as referências que dão um sinal muito positivo à juventude do concelho”. Já o ministro da Educação e Desporto disse ter vivido um “momento de glória” quando conheceu Rui Sousa e um “momento mágico” quando o ex-ciclista venceu a etapa em Fafe.