Um estudo da Deco conclui que o crescimento do negócio descontrolado do surf exige intervenção e fiscalização, para separar quem presta bom serviço, para promover o ordenamento e evitar acidentes com banhistas.
O estudo, que será publicado na próxima revista da Deco Proteste, analisou 40 escolas de surf em todo o continente, um negócio que “cresceu de modo informal” e que já atinge 400 milhões de euros por ano, mas que é alvo de críticas porque as praias estão sobrelotadas e “os acidentes com os banhistas acontecem”.
O artigo inclui uma entrevista com o presidente da Federação Portuguesa de Surf, uma visita informal a 40 escolas em oito zonas do país representativas da modalidade (Cascais, Costa de Caparica, Ericeira, Peniche, Nazaré, Matosinhos, Figueira da Foz e Costa Vicentina), uma atividade que envolve variadas entidades, como a Autoridade Marítima, a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Instituto do Desporto e da Juventude, Ministério do Ambiente, Turismo de Portugal e Federação Portuguesa de Surf.
A Deco considera que “a multiplicidade de entidades com responsabilidade na regulação das escolas de surf gera um cenário confuso”, pois “quando a responsabilidade é de todos pode não ser de ninguém e a eficácia da fiscalização acaba comprometida, até porque é conhecida a limitação de meios da Polícia Marítima, mas também da ASAE, num caso para controlar a praia, noutro para evitar a existência de escolas ilegais”.
Para a Deco, “certas regras estão até desfasadas da realidade”, dando como exemplo que a missão da Autoridade Marítima é zelar pela segurança e, no limite, pode mandar retirar surfistas da água se considerar que as condições do mar estão agitadas ou estão a pôr em causa a segurança dos banhistas.