É tradição antiga, como é o levar dos animais. Outrora “os romeiros visitavam o santuário de São Silvestre, santo a quem é atribuído o poder protetor dos animais, sobretudo bovinos”. Certo é, que “antigamente havia mais gado. Os agricultores subiam o monte para recomendar os animais a São Silvestre, levando-os a dar voltas ao redor da capela e a receber a bênção. Agora há poucos animais, mas a romaria continua a chamar muita gente”.
São, essencialmente, cavalos que hoje sobem o monte. Antigamente vinha gado monte acima de toda a ribeira Lima. Do lado do rio, vinham muitos devotos que faziam a travessia de barco, no barco do Porto. Quem vinha do lado de Ponte de Lima, com ou sem animais, subia pelo acesso nascente e quem viesse do lado de Viana pelo acesso poente, o único em uso hoje em dia.
Diz-se que a tradição secular a este Santo nasceu quando São Silvestre se colocou na outra margem, no alto do Castro de Roques, e desejou que onde caísse a sua vara aí fosse edificada uma Capela em sua honra. O penedo com a marca a que chamam as pegadas do Santo, situa-se em S. Silvestre, no picoto.
Faz parte da tradição o facto de São Silvestre ter presidido às obras da construção da capela, sentado no alto de um penedo gasto pela erosão a que, ainda hoje, se teima em chamar de cadeira do Santo. Na altura toda a pedra e madeira existente no templo foi carregada, monte acima, nos seus cerca de 700 metros de altitude, pelas pessoas e pelos animais.
Com o passar do tempo os espaços foram sendo melhorados e S. Silvestre ganhou uma grande procura quer nas festas, quer noutro tipo de convívios, familiares ou de amigos.
A paisagem é idílica e as condições são boas, muito graças ao trabalho das voluntárias Confrarias que vão passando pelo espaço.
A romaria assemelha-se um pouco à de S. João d’Arga, mas em pleno de inverno. Há o típico cabrito à S. Silvestre, que cativa à primeira dentada, e o bom vinho quente entre outras iguarias. Pelo recinto juntam-se as concertinas e os cantares ao desafio pela noite fora.
Na véspera da passagem de ano, o cantor popular, Tiago Maroto e a sua banda, promete aquecer e atrair muitas pessoas. Invariavelmente, a Eucaristia e a procissão com bênção dos animais e dos campos é outro momento procurado e muito participado, ocorre na manhã do dia 31.
Não é só S. Silvestre que é venerado no espaço, e quem for devoto de S. Tiago também pode cumprir as suas promessas. A festa deste Santo também se celebra neste monte, mas a 25 de Julho.