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30 Dez 2019

Alto do Monte de S. Silvestre em Cardielos preparado para acolher milhares de romeiros

Pedro Xavier

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Até 31 de dezembro, o alto do Monte de S. Silvestre, em Cardielos, concelho de Viana do Castelo, recebe milhares de romeiros que vêm procura a bênção para si, para os animais e para os campos. A Confraria de S. Silvestre serve nesses dias o afamado cabrito e, nesta festa de inverno, o bom vinho quente. À volta da Capela, deste Papa que se tornou Santo, os crentes cumprem as suas promessas. Há quem vá a S. Silvestre para oferecer cravos e alhos, agradecendo o cumprir dos milagres pedidos por intercessão do Papa Santo.

É tradição antiga, como é o levar dos animais. Outrora “os romeiros visitavam o santuário de São Silvestre, santo a quem é atribuído o poder protetor dos animais, sobretudo bovinos”. Certo é, que “antigamente havia mais gado. Os agricultores subiam o monte para recomendar os animais a São Silvestre, levando-os a dar voltas ao redor da capela e a receber a bênção. Agora há poucos animais, mas a romaria continua a chamar muita gente”.

São, essencialmente, cavalos que hoje sobem o monte. Antigamente vinha gado monte acima de toda a ribeira Lima. Do lado do rio, vinham muitos devotos que faziam a travessia de barco, no barco do Porto. Quem vinha do lado de Ponte de Lima, com ou sem animais, subia pelo acesso nascente e quem viesse do lado de Viana pelo acesso poente, o único em uso hoje em dia.

Diz-se que a tradição secular a este Santo nasceu quando São Silvestre se colocou na outra margem, no alto do Castro de Roques, e desejou que onde caísse a sua vara aí fosse edificada uma Capela em sua honra. O penedo com a marca a que chamam as pegadas do Santo, situa-se em S. Silvestre, no picoto.

Faz parte da tradição o facto de São Silvestre ter presidido às obras da construção da capela, sentado no alto de um penedo gasto pela erosão a que, ainda hoje, se teima em chamar de cadeira do Santo. Na altura toda a pedra e madeira existente no templo foi carregada, monte acima, nos seus cerca de 700 metros de altitude, pelas pessoas e pelos animais.
Com o passar do tempo os espaços foram sendo melhorados e S. Silvestre ganhou uma grande procura quer nas festas, quer noutro tipo de convívios, familiares ou de amigos.

A paisagem é idílica e as condições são boas, muito graças ao trabalho das voluntárias Confrarias que vão passando pelo espaço.

A romaria assemelha-se um pouco à de S. João d’Arga, mas em pleno de inverno. Há o típico cabrito à S. Silvestre, que cativa à primeira dentada, e o bom vinho quente entre outras iguarias. Pelo recinto juntam-se as concertinas e os cantares ao desafio pela noite fora.

Na véspera da passagem de ano, o cantor popular, Tiago Maroto e a sua banda, promete aquecer e atrair muitas pessoas. Invariavelmente, a Eucaristia e a procissão com bênção dos animais e dos campos é outro momento procurado e muito participado, ocorre na manhã do dia 31.

Não é só S. Silvestre que é venerado no espaço, e quem for devoto de S. Tiago também pode cumprir as suas promessas. A festa deste Santo também se celebra neste monte, mas a 25 de Julho.

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