A peça teatral de um só acto, que também será apresentada no sábado, dia 7, procura recrear a viagem do célebre navegador vianês pelas águas da Terra Nova, entrelaçando a epopeia com a ficção bem humorada e crítica mordaz à sociedade contemporânea.
Mais uma vez a encenação está a cargo do conhecido (actor, encenador e dramaturgo) António Neiva, a partir de textos de Manuel Quintas Neves, que se refere a este trabalho da seguinte forma: “Esta epopeia Fagundiana, podemos compará-la à epopeia Alexandrina que é caracterizada por uma aposta na brevidade do texto, nos elementos polifónicos, imaginativos e didacticamente irónicos”.
Apresenta um tom de exaltação, isto é, de valorização dos seus heróis e seus feitos. Tudo isto, de repente, soa a falsete e desmistificam-se histórias mal contadas.
Nela se fala dos costumes e características do “Povo Luso, alma imensa”, da nossa autocomiseração e saudade, do eterno sebastianismo e do desenrasca, dos nossos sonhos e esperança na mudança.
A epopeia possui habitualmente um fundamento histórico, mas não reproduz os acontecimentos com fidelidade, antes os deforma, apresentando-os como atos exemplares que funcionam como modelos de comportamento.
Os principais objetivos deste trabalho são propagar a reflexão sobre este espetáculo de teatro e mapear o momento histórico pelo qual passa este texto “Fagundiano”.
O grupo de teatro promete momentos de boa disposição, exaltando a figura de João Alvares Fagundes e a sua façanha de demanda pelo “fiel amigo”, o Bacalhau.
Em bom sotaque vianense, imagine-se, entre a rua Grande e o velho cais, a repetida pergunta carregada de mistério e desconcerto…”Pra onde vais, Fagundes?!”