O júri foi composto por Carlos Fragateiro, encenador e professor com o Curso de Teatro do Conservatório Nacional de Lisboa; Dantas Lima, ator e encenador que foi amigo de Lucilo Valdez; e Marlene Ferraz, escritora vianense que se tem vindo a dedicar particularmente ao conto e ao romance.
O texto “Os últimos anos do Homem – Celha” sobressaiu do conjunto de textos a concurso pela sua estranheza, capacidade de emocionar, contenção dos diálogos, forma harmoniosa como se desenrola a narrativa, força dos personagens, forma de tratar um tema que é universal e ao mesmo tempo simples e poético e que trata de algo tão tocante como a “doença da felicidade súbita”.
O Prémio destina-se a galardoar um autor, de nacionalidade portuguesa, da melhor obra na vertente do texto de dramaturgia, visando estimular a criação literária e o aparecimento de novos autores, assim como reforçar a arte cénica e promover o gosto pela fruição e prática artística na área do teatro. Para além de um prémio pecuniário no valor de 6 mil euros, o autor terá oportunidade de encenar e apresentar a obra no Teatro Municipal Sá de Miranda.
Lucilo Valdez nasceu na freguesia de S. Sebastião da Pedreira, na cidade de Lisboa, em 1938. Aos 9 anos de idade foi para os Açores, onde completou os ensinos primário e secundário na Ilha de Santa Maria. Possuindo jeito para o desenho, desde miúdo a arte teatral despontou em si o entusiasmo necessário para que, ainda muito novo, construísse as suas próprias marionetas. Para além disso, foi um dos fundadores da “Rádio Clube Asas do Atlântico”, nos Açores.
Mais tarde, convidaram-no para realizador de um programa de música clássica, e para participar num outro, com contos infantis, da sua autoria. Em 1959, quando tinha cerca de 21 anos, regressou a Lisboa, cidade onde se tornou “desenhador-publicitário” e ilustrador do jornal português “Economia & Finanças” onde se destacou pelos retratos a tinta-da-china de políticos mundiais na altura em foco e pelas caricaturas e desenhos da capa. Lucilo Valdez participou em várias revistas humorísticas como caricaturista, com anedotas ilustradas. Deixou diversos contos publicados em jornais de Lisboa e de África e colaborou como “cartoonista” no jornal “Falcão do Minho”.
No campo criativo, tem vários quadros pintados a aguarela, guache e tinta-da-china, tendo criado o boneco “O Biblocas” (Boletim Infanto-Juvenil da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo), em julho de 1999, em Viana do Castelo.
Por volta de 1971 começou a dirigir grupos de teatro amador de Lisboa e arredores e, como ator, foi dirigido por profissionais. Na altura trabalhava no Serviço de Pessoal do “Metropolitan de Lisboa”. Em fins de 1972 foi convidado pela FNAT, hoje INATEL, para desempenhar as funções de animador de teatro em Viana do Castelo.
Ajudou a fundar, em 1975, o “Grupo de Acção Cultural e Desportiva de Mazarefes”, mais tarde fundido com a Casa do Povo, passando a denominar-se de Associação Social, Cultural e Desportiva da Casa do Povo de Mazarefes. Lucilo Valdez foi ainda um dos fundadores do Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana do Castelo, em 1994.