Os dois anos do percurso de qualificação terminaram de forma intensa e dramática durante os 50 quilómetros, 200 voltas à pista berlinense, da corrida de madison. Portugal precisava de recuperar um atraso de 470 pontos para Hong Kong no ranking de apuramento olímpico. E era necessário evitar que os irlandeses somassem mais pontos do que os portugueses.
Iuri Leitão e Ivo Oliveira começaram bem, somando três pontos no segundo sprint pontuável, e viram a dupla de Hong Kong cedo ser afastada, por ter perdido uma volta para o pelotão. Só que a Equipa Portugal acabaria por sofrer na segunda metade da corrida, sendo também dobrada pelo pelotão. Isso fez toda a diferença na luta com os irlandeses. Mark Downey e Felix English não só não cederam qualquer volta como ainda pontuaram no penúltimo sprint.
Feitas as contas, Portugal terminou a corrida na 14.ª posição, com 17 pontos negativos. Os irlandeses fecharam a prova no 11.º lugar, com 3 pontos. E Hong Kong foi a 17.ª nação no Mundial, com 20 pontos negativos. Os resultados deste domingo colocam a Irlanda em posição de apuramento para Tóquio, deixando Portugal e Hong Kong fora dos Jogos Olímpicos. A representação nacional será, assim, exclusivamente feminina, em omnium.
“A prova demonstrou que o objetivo traçado era difícil, mas alcançável. Apesar de pontuarmos logo no início da corrida, não começámos bem sob o ponto de vista técnico e tático, com várias falhas no processo de rendição, que obrigaram a um desgaste extra para fechar espaços na retaguarda. Quando Hong Kong ficou de fora tínhamos apenas de controlar a Irlanda. No entanto, ficámos numa situação crítica na retaguarda e não conseguimos recolar. Foi aí que perdemos o apuramento. O Iuri e o Ivo deram o seu melhor, mas não foi suficiente. O grupo de atletas que participou neste processo de qualificação tem potencial, mas é necessário aperfeiçoar e melhorar vários aspetos”, considera o selecionador nacional, Gabriel Mendes.