“Estamos muito preocupados, até porque não houve referência nenhuma ao nosso setor, que emprega muita gente. Sem sinal de abertura, podemos assistir ao funeral de entre 60 a 70% dos ginásios”, disse hoje à agência Lusa José Carlos Reis, presidente da associação.
O responsável realçou que, dos cerca de 1.300 ginásios em Portugal, “o grande tecido são os pequenos clubes, que trabalham com o fundo de maneio diário, e não as grandes cadeias”, pelo que a manutenção das portas fechadas pode ter um forte impacto na indústria de ‘fitness’.
“É muito grave. Temos cerca de 17 mil colaboradores diretos, que estão parados, mas há muito mais empregos indiretos, relacionados com a manutenção, a limpeza e a segurança, e esta situação pode afetar de forma alargada até 50 mil pessoas”, lançou.
José Carlos Reis sublinhou que “não há razão” para manter os ginásios encerrados, salientando que existem cerca de 700 mil clientes que vão continuar privados dos benefícios que o exercício físico traz à mente e ao corpo, sendo “essencial para o bem-estar”, sobretudo, após um longo período de confinamento da população.
“Estamos a tentar ser recebidos pelo senhor primeiro-ministro, porque necessitamos de apoios urgentes e específicos para o setor. É impossível manter esta situação. Estamos a falar, maioritariamente, de pequenos empresários e, assim, não é possível sobreviver”, vincou.
Em meados de abril, a associação representativa dos ginásios apresentou várias medidas ao Governo para a retoma da atividade nos clubes de ‘fitness’, como, por exemplo, limitar a capacidade das aulas a uma pessoa por cada quatro metros quadrados.
O Governo definiu na quinta-feira, no plano de desconfinamento da pandemia de covid-19, que a I Liga de futebol e a final da Taça de Portugal vão poder ser disputados, permitindo também desportos individuais ao ar livre, mas decidiu manter fechados, entre outros equipamentos desportivos, os ginásios