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13 Mai 2020

Investigadores estudam papel de Garranos na prevenção de incêndios florestais

Pedro Xavier

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A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a participar no projeto europeu Open2preserve, que visa desenvolver um modelo de gestão sustentável a fim de permitir a redução de risco de incêndio, garantir a preservação dos serviços dos ecossistemas e a qualidade ecológica dos espaços abertos de montanha de elevado valor ambiental.

Este projeto apoiado pelo Interreg-Sudoe, é liderado pela Universidade Pública de Navarra e conta com um financiamento de cerca de 1.700.000€. No caso concreto do estudo que está a ser desenvolvido pela UTAD, pretende-se conjugar a utilização do fogo controlado com o pastoreio de cavalos de raça Garrana, respetivamente na limpeza e manutenção das áreas de matos. A raça Garrana é uma raça autóctone de equídeos portugueses, característicos do Minho.

“Trata-se de um projeto inovador que utiliza Garranos na gestão do espaço florestal e, consequentemente na prevenção de incêndios, visando igualmente implementar uma estratégia sustentável do ponto de vista socioeconómico. Pretende-se também desenvolver a valorização da raça Garrana através de estratégias que passam pela implementação de produtos turísticos que consistem na observação de cavalos em estado semisselvagem”, afirma Filipa Torres-Manso, responsável pelo projeto na UTAD.

Este ensaio está decorrer numa área de baldio no Vale da Campeã, Concelho de Vila Real, Sitio Rede Natura 2000 ”Alvão-Marão” e colaboram os investigadores do CETRAD e do CITAB, Filipa Torres-Manso, Luis Ferreira, Ana Marta-Costa, Paulo Fernandes e Rui Pinto. Dentro da área total de 11 ha, implementaram-se três parcelas, numa das quais foi realizado fogo controlado durante o inverno de 2019 e onde estão os garranos em pastoreio, outra, que foi também submetida a um fogo de inverno e, uma última, sem qualquer intervenção, constituindo a parcela de controlo.

Esta área encontrava-se “bastante vulnerável a incêndios e sem qualquer valor para o pastoreio”. Com a utilização do fogo controlado, verificou-se uma “rápida recuperação da vegetação, surgindo novas espécies herbáceas e um rejuvenescimento dos matos pré-existentes”, acrescenta a responsável do projeto na UTAD.

São também parceiros deste projeto, o Instituto Politécnico de Bragança, a Universidade de Santiago de Compostela, a Universitat Autònoma de Barcelo a, a Fundació d’Ecologia del Foc i Gestió d’Incendis Pau Costa Alcubierre, a Agencia Estatal Consejo Superior de Investigaciones Cientifica, o Instituto Navarro de Tecnologías e Infraestructuras Agroalimentarias, a Chambre d’agriculture des Pyrénées Atlantiques, a Société d’élevage des Pyrénées Orientales, o Centre National de la Recherche Scientifique, a Junta de Andalucía, e a Fundación Centro Tecnolóxico da Carne.

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