Este ano cumpre-se a 22ª edição de um evento ininterrupto que, dadas as suas caraterísticas, tem todas as condições para poder realizar-se em segurança, não faltando, porém, as condições de higiene e desinfeção acrescidas, como determinam as normas da DGS.
O seu promotor, o artista Mário Rocha, não ficou indiferente ao fenómeno Covid 19. Por isso, explica o artista, este ano vai fazer uma homenagem aos profissionais de saúde, os aliados com os quais contamos todos os dias e que neste período merecem ainda mais o nosso apreço.
A homenagem idealizada pelo artista plástico materializa-se sob a forma de escultura, ou melhor, esculturas. Já estão a ser montadas e ficam ao ar livre, na leira, porque a Arte na Leira é isso mesmo, uma grande galeria de arte, com múltiplos espaços, a maior parte deles ao ar livre, podendo os visitantes circular livremente e apreciar as diversas peças de arte, entre a pintura, escultura, desenho, cerâmica, fotografia, ourivesaria e design.
Como é habitual na Arte na Leira, voltarão a conviver lado a lado obras de artistas consagrados, nacionais e internacionais, e novas promessas. Este ano poem ser admirados e adquiridos trabalhos do próprio Mário Rocha, João Lopes Cardoso, Henrique Silva, Marco Rooth, Catarina Machado, Rico Sequeira, Ana Camilo, Paulo Neves, Lara Lavey, André Castanho, Maria Souto de Moura, Victor Roriz e Luís Paupério.
A festa, tradicionalmente com fogo de artifício e muita animação, não vai realizar-se, mas a Arte na Leira recebe visitantes a partir de segunda-feira, dia 20 de julho, e até a 23 de agosto, todos os dias entre as 10h00 e as 20h00.
Por causa da pandemia, a utilização de máscara é obrigatória em todos os recintos da exposição, assim como a desinfeção das mãos à entrada.
Mário Rocha é um nome maior na pintura portuguesa contemporânea e um artista multifacetado que se exprime em múltiplas áreas, com destaque para a pintura, é certo, mas também na cerâmica e na escultura.
Há 22 anos decidiu abrir as portas da sua Casa do Marco, em plena Serra D’Arga, levando para o coração do interior mais profundo algo que, à partida, parecia completamente dissonante: a arte moderna e os artistas contemporâneos. Mas a harmonia marcou desde logo a primeira edição, com a ruralidade e o cenário o agreste dos montes e das pedras a transformar-se no fundo ideal para as obras. A população da Serra também não estranhou os “intrusos” e acolheu-os com naturalidade e entusiasmo, não descurando mesmo a visita à mostra. Em vários momentos, ao longo destes 22 anos, as gentes da Serra d’Arga tornaram-se até “modelos” fotográficos e inspiração para trabalhos de pintura e cerâmica.
Além da arte e dos artistas, é esta estranha simbiose que faz o sucesso da Arte na Leira há mais de duas décadas e marca a diferença de uma galeria incomum, que se renova todos os anos, por esta altura, em Arga de Baixo.