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Música

21 Jul 2020

Várias iniciativas celebram quinta-feira o centenário de Amália Rodrigues

Pedro Xavier

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Amália Rodrigues, falecida em 1999, completaria 100 anos na quinta-feira, quando várias iniciativas assinalam a efeméride, desde uma missa a um concerto, na sua antiga casa de férias, no Brejão.

A discográfica Valentim de Carvalho, na quinta-feira, coloca no mercado uma caixa com cinco CD que incluem gravações inéditas da fadista em Paris, no âmbito do projeto de edição da obra completa de Amália Rodrigues (1920-1999), liderado por Frederico Santiago.

Do material agora editado, apenas é conhecido o concerto de Amália no Olympia, em 1956.

Este ano, a discográfica conta ainda editar dois discos, “Amália 1970 ensaios”, com material inédito gravado em estúdio e em casa, e a reedição do álbum “Busto”, e das sessões que deram origem a este disco.

As celebrações do centenário do nascimento da fadista começam em Lisboa, com uma missa de ação de graças, na igreja de S. Vicente de Fora, às 09:30.

Esta missa, segundo nota da Fundação Amália Rodrigues, é acompanhada por instrumentos de corda e leitura de poemas, contando com os músicos Pedro Marques (guitarra portuguesa), Lelo Nogueira (viola baixo) e Tony Queiroz (viola), e será transmitida via ‘streaming’.

Às 11:00, no Panteão Nacional, onde se encontra sepultado o corpo da fadista desde 2001, tem lugar a cerimónia de lançamento da emissão de selos comemorativa do centenário, pelos CTT – Correios de Portugal.

Esta emissão filatélica é composta por dois selos, um com o valor facial de 0,53 euros e outro com o valor facial de 0,86 euros, com uma tiragem de 100.000 exemplares cada; e um bloco filatélico com um selo, no valor de 2,00 euros e uma tiragem de 35.000 exemplares. O ‘design’ esteve a cargo de AF Atelier.

Um dos selos mostra um balandrau de cores fortes da coleção da Fundação Amália Rodrigues e, como fundo, tem Amália no Brejão na década de 1980; o outro selo mostra um xaile negro e “colorido com design inovador”, tendo como fundo Amália num concerto na década de 1980, segundo comunicado dos CTT.

O selo do bloco filatélico tem, “do lado esquerdo, Amália num concerto em Cartago, na Tunísia, em 1972; no centro, Amália no programa de rádio ‘Comboio das Seis e Meia’, em 1952; e, à direita, Amália no jardim da sua casa na Rua de São Bento”, em Lisboa, na década de 1990; o fundo do bloco é o vestido que foi usado pela artista numa digressão ao Japão, na década de 1980, segundo a mesma fonte.

Esta cerimónia conta com a presença da ministra da Cultura, Graça Fonseca, entre outras individualidades.

Em junho último, na apresentação das comemorações Graça Fonseca realçou a “dimensão universal da vida e obra de Amália Rodrigues”, “cujo legado permanece vivo e contemporâneo, tanto na sua voz que todos ouvimos, como na influência que o seu talento e exemplo tem exercido em gerações e gerações de músicos portugueses”.

No Museu do Fado, às 21:30, o fadista Camané acompanhado pelo pianista Mário Laginha atua, num “tributo singular ao seu legado universal”, interpretando os “temas mais emblemáticos” de Amália e Alain Oulman (1928-1990), compositor que “desenvolveu uma relação criativa muito marcante com a artista, pontuada pelo encontro definitivo da poesia clássica e erudita com o universo fadista”, anunciou a instituição.

O concerto não tem público presencial, mas pode ser seguido na rede social “Facebook” nas páginas do Museu do Fado, da Câmara de Lisboa e da EGEAC.

Também à noite, pelas 22:00, na antiga residência de férias da fadista, no Brejão, concelho de Odemira, realiza-se io concerto “Bem-Vinda Sejas Amália”, com direção musical de Jorge Fernando, ex-músico da diva, e a componente artística coordenada pelo fadista e apresentador José Gonçalez.

O elenco é constituído por Ana Moura, Jorge Fernando, Ricardo Ribeiro, Katia Guerreiro, José Gonçalez, Marco Rodrigues, Fábia Rebordão e Sara Correia.

A ministra da Cultura assiste a este concerto.

“Bem-vinda sejas Amália” é um espetáculo de homenagem “a uma das mais queridas intérpretes do século XX”, “por tudo o que fez pelo Fado, pela língua e cultura portuguesas, e pela honra com que sempre representou Portugal”, segundo nota da Fundação Amália, instituída pela fadista em testamento.

“É um espetáculo particularmente simbólico que celebra uma mulher singular, tantas vezes aclamada como ‘a voz de Portugal'”, remata a Fundação.

“Bem-vinda sejas Amália” é também o título de uma exposição itinerante que está a percorrer o país e que estará patente em Lisboa, no terminal de cruzeiros de St.ª Apolónia, durante o festival Santa Casa Alfama, nos dias 02 e 03 de outubro.

AS celebrações do centenário do nascimento da criadora de “Povo que Lavas no Rio”, por diversas entidades, prosseguem até ao final do ano e em 2021

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