A empreitada implica a reconstrução integral de um edifício no centro das Neves e terá um prazo de execução de 180 dias, conforme a proposta de abertura de procedimento. A obra visa a promoção e divulgação do Castro de Roques, assim como a criação de um espaço de exposições permanentes e temporárias e sala polivalente para colóquios e palestras.
Recorde-se que o Lugar das Neves é comum a três freguesias, Vila de Punhe, Mujães e Barroselas, todas na margem esquerda do rio Lima. Já o Castro de Roques, também referido como Monte Santinho, distribui-se pelas freguesias de Vila de Punhe, Vila Franca e Subportela. Trata-se de um castro da Idade do Ferro, considerado uma das maiores cividades desse período na Península Ibérica.
Ainda hoje se encontram inúmeros vestígios da cultura castreja da Idade do Ferro no alto dos montes de uma vasta região em torno de Viana do Castelo. O castro existente no Monte Roques é um dos maiores do Minho, com cerca de 6 hectares de área, sendo superior em extensão à Citânia de Santa Luzia.
O Castro de Roques era uma fortificação de planta aproximadamente oval, protegida por uma muralha única a Este, disposta ao longo da linha de rochedos que defende a encosta íngreme deste lado, e três cinturas de muralhas, com alicerces ainda identificáveis, no restante perímetro. Entre as diversas muralhas ficam vários metros de espaço livre. Dentro do recinto existiam diversas habitações, algumas de planta circular, como se pode verificar pelas coroas murais restantes, com pavimento de terra batida e uma fogueira central. O núcleo central da cidadela é mais elevado, formando um terraço ou acrópole, talvez artificial. A ocupação romana do castro é comprovável por diversos testemunhos arqueológicos, tal como a presença de tégulas (telhas) de barro cozido, que substituiriam a tradicional cobertura de colmo das habitações.