A posição da distrital social-democrata liderada por Olegário Gonçalves, hoje divulgada em comunicado, surge na sequência da notícia do jornal espanhol La Voz de Galicia, que refere que Portugal iria usar comboios que deixaram de ser utilizados na Galiza por terem amianto e que a operadora portuguesa CP “descartou a sua retirada da Linha do Minho, apesar da antiguidade e das avarias”.
“Precisamos de saber se esta notícia se confirma e se havia conhecimento na altura da sua aquisição, pois estas carruagens irão circular na Linha do Minho entre Valença e Porto. A ser verdade, o que justificou esta aquisição”, questiona Olegário Gonçalves, na nota enviada à imprensa.
O presidente da distrital de Viana do Castelo pretende ainda saber “se foram tomadas medidas para salvaguardar as pessoas e se a saúde dos viajantes está garantida, e se está prevista alguma intervenção nas composições”.
“A ser verdade esta notícia, queremos uma garantia cabal sobre se os alto-minhotos podem realmente confiar na salubridade deste transporte”, sustentou.
Em julho, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, anunciou que as primeiras carruagens do pacote de 51 compradas pela Comboios de Portugal (CP) à espanhola Renfe por 1,65 milhões de euros destinam-se à Linha do Minho e vão estar a funcionar entre dezembro e janeiro.
“A aquisição de material circulante disponível em Espanha faz parte de um esforço de curto prazo para fazer face às necessidades dos portugueses. A CP com 1,65 milhões de euros comprou 51 carruagens [usadas] que novas custariam [cada uma] mais de um milhão de euros”, destacou o governante.
A CP – Comboios de Portugal esclareceu hoje que a remoção do amianto em 36 das carruagens compradas à Renfe estava prevista no plano de recuperação daquele material e que todas elas estarão descontaminadas até à primeira semana de dezembro.
A CP explica que a existência de amianto em algumas das carruagens foi assumida pela CP desde a compra do material à Renfe.
“De facto, 36 das carruagens compradas tinham amianto e estava desde logo previsto no plano de recuperação a sua descontaminação”, sublinha a empresa.
Neste momento, segundo a CP, já foram descontaminadas e certificadas 12 daquelas carruagens, duas estão em fase de descontaminação e “as 36 ficarão limpas até à primeira semana de dezembro”.
A descontaminação das carruagens em causa está a ser feita por uma empresa certificada para este tipo de trabalhos, com o aval da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), numa área separada da Oficina de Reparação de Material Circulante, assegura a CP.
No final da cada descontaminação é emitido, para cada carruagem, um relatório de medição da concentração de fibras em suspensão no ar por um Laboratório Especializado no controle de Fibras e um certificado livre de amianto por carruagem pela empresa responsável pela descontaminação, acrescenta.
Segundo Pedro Nuno Santos, o investimento total, contando com a requalificação, poderá rondar os sete a oito milhões de euros e as carruagens vão estar ao serviço das linhas de intercidades e regionais, podendo circular a 200 quilómetros por hora.