Em comunicado enviado às redações, o socialista Manoel Batista afirmou estar “surpreendido” com o encerramento do balcão de Melgaço, decisão que disse ter contestado numa carta que enviou à administração do Santander.
“Lamentavelmente, o banco Santander Totta deixou de encarar o nosso território como estratégico e, apesar dos inúmeros clientes melgacenses confiarem na instituição, virou-lhes as costas. Lamentamos esta vossa decisão, profundamente lesiva para os habitantes e empresas do nosso concelho”, afirma o autarca na carta.
Contactado pela agência Lusa, Manoel Batista adiantou ter sido informado de que o fecho do balcão está previsto para o dia 13 de novembro.
O autarca explicou ainda que a posição do município seguiu hoje por correio eletrónico e por carta para a administração do banco.
A Lusa contactou o banco Santander, que se escusou a prestar declarações por não ter ainda recebido a posição do município.
Na missiva, que o autarca socialista disse ter dirigido aos presidentes da comissão executiva e do conselho de Administração, Manoel Batista alerta “para algumas oportunidades de negócio que o banco pode estar a enjeitar ao tomar a decisão de abandonar o concelho de Melgaço”.
“Ao contrário do que se poderia antever, Melgaço tem neste momento um conjunto de empresas que criam valor para o território e para a região. Cerca de 5% do valor acrescentado bruto (VAB) criado pelas empresas no Alto Minho tem origem em Melgaço”, apontou.
Por outro lado, acrescentou o autarca, o concelho está “a fazer uma aposta séria na área industrial, em linha com a Estratégia de Especialização Inteligente para a região Norte, procurando atrair investimento de qualidade, em particular nos domínios agroindustrial e da mobilidade e ambiente”.
“Está para muito breve, tendo já cofinanciamento assegurado pelo Programa Operacional Regional do Norte, o lançamento da empreitada que visará lotear uma área de cerca de 3,3 hectares de terreno, um investimento imediato a rondar os três milhões de euros cuja movimentação se faria através da conta que temos em aberto na vossa instituição e que movimenta, igualmente, todos os valores cofinanciados no âmbito do Norte 2020 e que bem conhecem”, destaca Manoel Batista na carta enviada à administração do banco.
Manoel Batista refere ainda na carta saber “bem” qual o “peso” do concelho na “carteira” do banco.
“Melgaço é, historicamente, um concelho com reservas importantes. Não é por acaso que desde sempre foi considerado estratégico, tendo agências do BPI, Millenium BCP, CGD, Novo Banco e CCAM Noroeste. Ao abandonar o concelho, o BST deixará de figurar entre as marcas com maior implantação territorial em Portugal. Com toda a certeza, os melgacenses saberão deixar também de confiar na vossa instituição”, sustentou.