Trata-se de uma intervenção artística site specific criada a partir de desperdícios de plásticos. Com assinatura do artista Acácio de Carvalho, a obra é composta por 24 calotas esféricas de grande dimensão (cerca de 32 m3 cada uma) e irá ocupar uma área aproximada de 430 m2. Os testes de flutuabilidade já arrancaram e a colocação será realizada durante o próximo mês de novembro.
Segundo explica Acácio de Carvalho, para além de chamar a atenção do público para a questão ambiental, “a própria localização da instalação, perto da margem e da visão do público, visa extravasar a arte dos espaços tradicionalmente usados e ainda promover a utilização de lugares alheios a propósitos museológicos e similares concorrendo, assim, para a promoção e dinamização artística e cultural”.
A intervenção surge no âmbito do projeto “LowPlast – a arte de reduzir o plástico”, promovido pelo Aquamuseu do rio Minho – Município de Vila Nova de Cerveira, em parceria com a Fundação Bienal de Arte Cerveira, a Associação Portuguesa do Lixo Marinho e o Instituto Interdisciplinar de Artes – DTK, (Noruega), financiado pelos EEA Grants. O projeto engloba, ainda, ações de monitorização, disseminação de boas práticas e criação de elementos artísticos, no qual se enquadra a participação da Fundação Bienal de Arte de Cerveira.
Através do parceiro norueguês “Instituto Interdisciplinar de Artes – DTK”, foram ainda convidadas a participar na iniciativa as artistas Pippip Ferner e Christine Istad, cujo âmbito de trabalho se tem centrado nesta temática. Tendo em conta o contexto atual, a intervenção das norueguesas foi realizada à distância, através da apresentação de um vídeo onde as autoras manifestaram a sua sensibilidade em relação a esta problemática, que é comum aos dois países.
Recorde-se que Acácio de Carvalho foi premiado na Bienal Internacional de Arte de Cerveira em 2001 e tem vindo a colaborar com a Fundação Bienal de Arte de Cerveira na criação de projetos artísticos de grande escala, como em 2018 a obra “Assalto ao Castelo” em Vila Nova de Cerveira e, em 2019, a pintura de um mural na vila de San Sperate (Sardenha, Itália).