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31 Out 2020

Teatro Municipal Sá de Miranda acolhe exposição “Amadeu Costa, Homem do Teatro e Etnógrafo”

Pedro Xavier

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O Salão Nobre do Teatro Municipal Sá de Miranda, agora batizado com o nome de Amadeu Costa, acolhe uma exposição comemorativa dos 100 anos do nascimento do etnógrafo vianense. A exposição "Amadeu Costa, Homem do Teatro e Etnógrafo" é uma organização da Câmara Municipal de Viana do Castelo e do Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana e está aberta ao público das 9h00 às 17h00 de segunda a sexta-feira.

A mostra está patente até 31 de dezembro no Salão Amadeu Costa, assim nomeado em homenagem a um homem que marcou a história e a cultura vianense.

Amadeu Alberto Lima da Costa foi etnógrafo, investigador e dinamizador cultural. É uma figura incontornável da cultura tradicional de Viana do Castelo pelo estudo e divulgação que dela realizou ao longo de toda a sua vida. Sempre assumiu o seu amor pela divulgação dos usos e costumes locais, mormente o traje à vianesa, além da organização das Festas em Honra de Nossa Senhora da Agonia, que ajudou a promover durante cerca de trinta anos, enquanto membro da Comissão de Festas.

Nasceu a 23 de outubro de 1920 e faleceu em 30 de março de 1999, em Viana do Castelo. Nascido no bairro da Ribeira, na Rua do Loureiro, troço atualmente denominado Rua Monsenhor Daniel Machado, foi um incansável lutador pela criação de um museu dedicado ao traje regional em Viana do Castelo. No momento da aquisição do edifício do Banco de Portugal para a instalação desse Museu, em 1996, foi ele que organizou a exposição Traje Regional, a primeira que aí se realizou. Também por esta razão, o Museu atribuiu a uma das suas salas o nome de Galeria Amadeu Costa.

Falecido em 1999, a família, num ato de generosidade, estabeleceu com a autarquia vianense um protocolo de doação de uma valiosa coleção de trajes que pertenciam a Amadeu Costa ao Museu do Traje. Esta doação incluiu 750 peças e 53 de trajes completos, incluindo algibeiras, aventais, saias, coletes, casacas, camisas, lenços, calçado, meias, toalhas e trajes de homem e mulher, enriquecendo o património do espaço museológico.

Como profissão principal tinha a de técnico de contas. Trabalhou, enquanto estudante, no jornal “A Aurora do Lima”, onde deu os primeiros passos no jornalismo. Nos anos 1960/70, foi correspondente dos jornais lisboetas “O Diário de Lisboa” e” A Capital”. Nos anos 1950/60, esteve ligado à Fábrica de Louça da Meadela. Nesse período de grande criatividade e renovação da cerâmica aí produzida, supervisionou as mostras organizadas com grande êxito em diversos locais do país.

Calígrafo iluminador, executou vários pergaminhos, alguns em parceria com Araújo Soares, destinados a entidades diversas, entre elas a Presidência da República Portuguesa e a Rainha Isabel II de Inglaterra.

Foi condecorado por imensas instituições, destacando-se a medalha de ouro da cidade de Viana do Castelo, com a qual foi agraciado em 1989. 

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