Contactada pela agência Lusa, a única vereadora da oposição, Dora Brandão, do PS, justificou a rejeição do documento por não o ter recebido com a “antecedência prevista na lei para uma análise cuidada e rigorosa”.
A socialista invocou ainda a ausência do reforço de apoios à natalidade e à família e por considerar que os apoios atribuídos às freguesias, “devem ser diferentes, em função das necessidades de cada uma”.
Já o presidente da Câmara, o social-democrata João Manuel Esteves considera, citado em comunicado, que o orçamento agora aprovado “é mais uma etapa na estratégia de desenvolvimento sustentável de Arcos de Valdevez”.
“Estamos a construir um concelho com mais educação e solidariedade, mais saúde e segurança, mais verde e sustentável, mais próximo e conectado e com mais crescimento, inovação e atratividade”, sustentou.
O documento foi aprovado em reunião camararia realizada na última sexta-feira, e vai ser apreciado em assembleia municipal no dia 27.
Segundo a autarquia, “as Grandes Opções do Plano para 2021 assumem um investimento na ordem dos 21,5 milhões de euros, representando o maior investimento em funções sociais, com cerca de 12 milhões de euros e em funções económicas, com mais de 6,6 milhões de euros”.
O documento prevê “transferências superiores a 4,6 milhões de euros para apoio à atividade das Juntas de Freguesia, das instituições e associações”.
O orçamento “comtempla ainda um plano de prevenção e mitigação dos efeitos da covid-19”, com “o reforço do apoio às famílias, às pessoas desfavorecidas e aos trabalhadores com perda de rendimentos”.
“Vamos continuar a apoiar a retoma da economia com o lançamento de novos programas de apoio à modernização da atividade empresarial e de incentivo ao empreendedorismo e emprego”, sustenta a nota.
O município adiantou que, em 2021, pretende “concluir e lançar projetos de investimentos de relevo para o concelho e para os arcuenses”, sendo que na educação prevê “investir 1,7 milhões de euros na modernização de instalações, em novas tecnologias e no reforço da ação social escolar”.
Já no ambiente “os investimentos serão superiores a 4,3 milhões de euros na ampliação e gestão eficiente das redes de abastecimento de água, saneamento, resíduos sólidos e energia”.
Para a mobilidade e reabilitação de espaços urbanos “está previsto um investimento de cerca de 4 milhões de euros na beneficiação da rede viária nas freguesias e no reforço da segurança rodoviária por todo o concelho”.
A habitação, com um investimento superior a 1,2 milhões de euros, cultura, desporto, recreio e lazer com 1,5 milhões de euros, e a atividade turística e económica mais de 2,6 milhões de euros, são outras das áreas destacadas no documento.
A vereadora do PS lamentou que “o último orçamento do atual mandato tenha chegado com 48 horas de antecedência o que inviabiliza um estudo adequado de um documento com a envergadura e importância” daquele plano.
Dora Brandão defendeu a necessidade de “reforçar o apoio à natalidade, para fixar jovens casais num concelho de interior, e de “criar atividades de tempos livres para as crianças, sobretudo durante o verão, para ajudar as famílias cujos casais trabalham nas fábricas de Arcos de Valdevez.
Relativamente às transferências para as Juntas de Freguesia, a vereadora socialista disse discordar com a atribuição de “verbas de valor único a todas as freguesias”, por considerar que “esse critério não responde às especificidades do território, da população e das condições de cada uma delas”.