De acordo com um comunicado da PJ hoje enviado às redações, o suspeito “atuou num quadro de revolta e vingança”.
“Através de chama direta, ateou fogo ao interior de um quarto do dormitório da instituição. Nesse dormitório encontravam-se, naquela altura, e distribuídos por outros quartos, vários jovens institucionalizados”, que foram retirados para o exterior do edifício, refere a nota.
O incêndio ocorreu na noite do dia 01 de novembro, no edifício da Casa dos Rapazes, instituição de acolhimento de crianças e jovens em risco situada no centro histórico de Viana do Castelo. Obrigou à retirada de 22 jovens que residem na instituição, mas não causou vítimas.
Segundo a PJ, “a pronta intervenção dos Bombeiros Municipais e Voluntários de Viana do Castelo evitou a eventual propagação das chamas aos outros aposentos do edifício, bem como evitou que os restantes jovens corressem perigo de vida, pela inalação de fumos e intoxicação por monóxido de carbono”.
“Com tal conduta, o arguido criou perigo para a sua própria vida, para a vida de terceiros, e colocou em risco bens patrimoniais de elevado valor”, sublinhou a força policial, acrescentando que “as diligências realizadas permitiram a recolha e consolidação de substanciais elementos de prova”.
As diligências efetuadas pela PJ “conduziram à detenção fora de flagrante delito do indivíduo, o qual vai agora ser presente às autoridades judiciárias competentes para interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação”.
Naquele dia, o comandante dos Bombeiros Sapadores de Viana do Castelo, António Cruz, adiantou à Lusa que os jovens puderam regressar ao edifício “por não terem sido detetados problemas estruturais no edifício”.
“Estamos a resolver o cheiro intenso causado pelo fogo através da ventilação de todo o espaço. Os jovens vão ficar instalados no piso superior que não foi afetado pelo incêndio”, explicou António Cruz.
“O quarto onde deflagrou o incêndio ficou muito destruído”, acrescentou.
Ao local compareceram 14 operacionais e quatro viaturas dos bombeiros Sapadores, voluntários e a PSP.
Fundada em 1952, a Casa dos Rapazes, Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), acolhe crianças e jovens em situação de perigo e sem adequada retaguarda familiar.