Esta é parte de uma estratégia global, que não pára, e que prepara o concelho para “o dia seguinte”, depois da pandemia, sublinhou o presidente da Câmara de Caminha, durante a cerimónia de consignação da obra, em Venade.
“Apesar da pandemia que tomou conta do nosso quotidiano, a vida tem de continuar, no presente e no futuro”, referiu Miguel Alves, frisando que o presente é aquele em que mulheres e homens estão a trabalhar para a comunidade, pessoas que têm o seu emprego e assim o mantêm. Referiu, a propósito, que na empresa que vai realizar estas obras trabalham várias pessoas do concelho de Caminha e outras foram contratadas há dias, numa dinâmica que se estende a subcontratações de serviços e compras a fornecedores de matéria-prima.
Uma dinâmica que tem ajudado a que o concelho de Caminha seja um dos que mais resiste, numa altura em que o emprego decai e está ameaçado por todo o país. Mas há também um trabalho para o futuro: “um dia a pandemia vai passar e até lá o concelho de Caminha não vai deixar de fazer o seu trabalho, para, no dia seguinte, dizer às pessoas que temos uma nova escola secundária, uma nova escola básica, uma sede de uma Academia, uma zona completamente reabilitada em Vila Praia de Âncora (Sandia), um Centro Histórico reabilitado, novas ecovias, novas condições no cais de Seixas, redes de saneamento em Vilar de Mouros, Argela, Âncora, que se somam aos que hoje estamos a iniciar”, explicou Miguel Alves. “A isto chama-se estratégia”, rematou o presidente da Câmara.
Sobre o novo investimento, Miguel Alves sublinhou alguns pontos, como os quase 900 mil euros que estão, neste contexto, a ser investidos em Venade e Azevedo, sendo que, nesta última, “não existe um centímetro de saneamento” neste momento. “Não fazemos contas de cabeça” disse ainda o presidente, porque todos têm direito, as freguesias mais povoadas e as menos povoadas.
Miguel Alves lembrou que este investimento só é possível no quadro de uma parceria, que junta vários municípios na empresa Águas do Alto Minho. Em representação desta, Carlos Martins tinha antes explicado que o montante de investimentos nos diversos municípios atingirá os 33 milhões de euros até final de 2022. O responsável assumiu que nem tudo ainda está a funcionar bem, mas há um trabalho que está a ser continuado que, entre outros, tem por objectivo reduzir o desperdício de água na rede (que hoje é de cerca de 40%) em cerca de 50% e em cinco anos. Carlos Martins explicou que haverá um grande investimento em telemetria, controlo de caudais e resposta rápida a ruturas.
Quanto às obras hoje consignadas e iniciadas no terreno, elas vão permitir construir rede de saneamento em Venade, Azevedo, Moledo e Âncora. A obra começou por Venade, onde, como referimos, decorreu hoje o lançamento dos trabalhos. Permitirá, ao mesmo tempo, expandir a rede de abastecimento de água em Moledo, no Lugar de Águas de Enfrói.
Estas obras vão criar mais de 14 quilómetros de rede de saneamento de águas residuais e cinco estações elevatórias e vão servir 493 habitações e 558 habitantes. Além disso, com as obras de alargamento da rede de abastecimento de água que vão acontecer em Moledo, vai ser possível servir 22 habitações das ruas de Águas de Enfrói, Rovial e Paracoba.
Em causa está a “Empreitada de Execução de Sistemas de Abastecimento de Água e Águas Residuais prevista e aprovada no âmbito da aprovação da candidatura ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, aviso “POSEUR-12-2017-05 – Ciclo Urbano da Água”, cujo total de investimento supera os dois milhões de euros.