Inicialmente, a inauguração do novo espaço esteve prevista para quarta-feira, data dos 152 anos do nascimento do padre Manuel Himalaya.
Nascido e sepultado em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, o padre Manuel Himalaya é considerado “um dos maiores cientistas e visionários portugueses da viragem do século XIX, tendo percorrido mundo, como França, Estados Unidos da América ou Argentina, em busca de novas abordagens científicas e de conhecimento”.
A Câmara de Arcos de Valdevez explicou hoje, em comunicado, ter sido “forçada” a “reagendar” a abertura das oficinas de ciência “para 2021”, devido “às medidas de contingência definidas pela pandemia de covid-19”.
O município presidido pelo social-democrata João Manuel Esteves adiantou que o espaço “está, presentemente, finalizado nas suas múltiplas áreas”.
A intervenção de adaptação da antiga escola secundária a oficina de criatividade foi iniciada em 2019 e inclui, entre outros, uma “cúpula de projeção de alta definição em 360º (Fulldome), que funcionará como um planetário, o centro da ecocidadania, o núcleo interpretativo Himalaya, O Labirinto Himalaya e laboratórios”.
O percurso do padre Himalaya “é a base de desenvolvimento do projeto, recentemente divulgado pela revista National Geographic Portugal, e terá nas famílias e nos jovens o seu principal público-alvo”.
Além de um espaço documental e biográfico, que recorre a discursos tecnológicos e informativos de última geração, a oficina está dotada de salas e espaços dedicados à exploração e descoberta das ciências, com destaque para o uso do sol, com recriação de uma máquina solar, o pirelióforo, e das múltiplas áreas do conhecimento abrangidas pelo investigador, como a ecologia e a eco sustentabilidade”.
A nova oficina “visa promover a atratividade económica, o desenvolvimento sustentável do território, através da melhoria da estrutura ecológica urbana com a redução de consumos de energia e emissões de CO2”.
O espaço integra duas áreas, uma dedicada à vida e obra do cientista e aos seus contributos para a atualidade, denominado núcleo interpretativo Himalaya, e outra ligada à ciência e à pedagogia, o centro da eco cidadania, e ainda um labirinto dedicado igualmente à figura universal de Himalaya.
Neste labirinto, os corredores serão inspirados nas viagens pelo mundo do padre Himalaya e terão desafios e enigmas sobre a sua vida cultural e científica.
As crianças terão ao seu dispor uma pequena mochila de explorador contendo um conjunto de pequenas ferramentas (chaves, lanternas, lupas) necessárias para interagir e resolver as questões e os desafios que vão encontrando nos respetivos corredores.
No exterior, serão instalados alguns equipamentos de uso livre e também religados com a ciência, bem como uma réplica, em tamanho natural, do pirelióforo apresentado pelo padre Manuel Himalaya na Exposição Universal de St. Louis, nos EUA, em 1904.
O pirelióforo é uma estrutura composta por espelhos que tendem a refletir a luz para um único ponto com vista a fundir materiais. Era um forno solar capaz de atingir altas temperaturas.