“O objetivo da proposta técnica realizada pela Câmara e que agora vai para discussão pública é devolver aos agricultores daquelas freguesias o potencial que ali está concentrado, para que possa ser mais rentável quer para as suas famílias quer para o concelho quer ainda para a economia nacional”, afirmou o presidente José Maria Costa.
O autarca, que falava aos jornalistas no final da sessão ordinária do executivo municipal, explicou que o PIER abrange um total de 900 hectares de terrenos agrícolas.
“Estamos a falar de 900 campos de futebol. É uma área brutal que, em grande parte, não está a ser rentabilizada. Uma área com aquela qualidade, com aquela exposição ambiental, faz todo o sentido que seja reorientada com um instrumento de planeamento para que possa permitir novos usos”, especificou.
A elaboração do Plano de Intervenção em Espaço Rural (PIER) foi aprovada por unanimidade pela autarquia em 2015, num investimento de 160 mil euros.
O executivo municipal aprovou a abertura da discussão pública do documento, durante um prazo de 20 dias.
O novo plano retomou “um processo de emparcelamento das veigas daquelas três freguesias iniciado em 1989, e que está desajustado, nos seus objetivos e funções, face à atualidade”.
“Passaram 31 anos e houve mudanças na utilização do solo, nas técnicas agrícolas, e novas abordagens agrícolas. Os agricultores queriam evoluir, mas o plano não comportava as novas realidades”, disse.
“A Câmara assumiu a liderança do processo de atualização, em articulação com o Ministério da Agricultura, respeitando a paisagem, o património, a função turística do litoral, onde estão localizadas praias de bandeira azul do concelho, sem deixar de fora, o núcleo duro do plano, a sua componente agrícola”, sustentou.
Os 900 hectares da veiga daquelas três freguesias estão integrados no Plano Diretor Municipal (PDM) e no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC).
Segundo o autarca socialista, com aquele instrumento aquela área poderá vir a ser dinamizada com os fundos do Portugal 2021.
“O que se pretende é que possamos aproveitar, em 2021, os novos instrumentos comunitários. Que os agricultores daquela região ou outros que possam utilizar aquele espaço aproveitem as medidas de financiamento, tirando o melhor partido daquele espaço territorial”, observou.
“Hoje foi um dia importante. Passados 31 anos passamos a ter uma esperança de podermos ver aquela veiga ser mais produtiva e mais ativa do ponto de vista agrícola”, acrescentou
A proposta técnica reuniu os contributos de várias entidades, entre elas a Direção Regional da Agricultura e Pescas do Norte, as Juntas de Freguesias, Associação de Agricultores do Perímetro de Emparcelamento de Afife, Carreço e Areosa e Associação de Agricultores do Alto Minho.
O novo plano, foi ainda submetido à apreciação das estruturas competentes dos Ministérios da Agricultura e Ambiente.
Após a consulta pública e a análise de proposta será elaborado um relatório final que será submetido à aprovação da câmara e assembleia municipal.
Este PIER, incluiu a elaboração de cartografia atualizada daquela área, tem como objetivos “melhorar as condições de produção agrícola, reduzir as áreas abandonadas e promover a integração de novos usos agrícolas, novas tecnologias e novas produções”.
“Atualmente alguns dos usos dos terrenos são as silvas. Como não havia um plano específico para o emparcelamento não se podiam aprovar projetos por insuficiência legal. Muitos agricultores, estamos a falar de dezenas, que têm terrenos naquela zona deixaram de os utilizar porque a agricultura que foi pensada em 1989 e hoje não faz sentido”, afirmou.
Aquele trabalho vai ainda permitir “melhorar a qualidade ambiental, ao nível da paisagem, da água, do solo e do ar”.
Vai ainda “permitir manter os usos atuais e criar novos usos naquela importante área do concelho”, sustentou o autarca, destacando a criação de trilhos, ecovias, zonas de estar, zonas de recreio e de interpretação da natureza.