“Do universo dos 237 bombeiros afetados pela covid-19, 76% foram testados e destes apenas 7% tiveram resultado positivo à doença causada pelo vírus SARS-CoV2”, referiu hoje à agência Lusa o primeiro CODIS, Marco Domingues.
Em resposta escrita a um pedido de esclarecimento enviado pela Lusa, o responsável explicou que dos 13 infetados pelo vírus, oito já recuperaram da doença.
Atualmente, “há cinco bombeiros infetados e oito elementos em quarentena”.
Marco Domingues adiantou que “14% dos 237 elementos foram afetados pela doença no exercício das suas funções, e 86% em situações alheias ao serviço da atividade”.
“É fundamental destacar que do universo dos 237 bombeiros afetados, apenas 14% estão relacionados com questões de serviços, sendo os restantes 86% fora do serviço de bombeiros, o que revela que, de facto, todos os cuidados são poucos, pois o contágio poderá ser em qualquer lugar, por qualquer pessoa, mesmo em ambientes considerandos de menor risco”, alertou.
O primeiro CODIS de Viana do Castelo justificou “o número reduzido de infeções nos corpos de bombeiros voluntários do distrito de Viana do Castelo com uma eficiente aplicação dos planos de contingência”.
“Estes números relevam a importância dos planos de contingência implementados que permitiram mitigar e evitar o contágio de forma descontrolada dentro de cada corporação de bombeiros afetada”, sustentou o responsável.
O comandante distrital adiantou que a doença causada pelo novo coronavírus “ainda não afetou todas as corporações” da região.
Marco Domingues especificou que, “desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus até à data, foram afetados 237 bombeiros, dos quais estiveram ausentes do serviço 41% por se encontrarem em quarentena, e 59% por outros motivos”.
“O distrito de Viana do Castelo conta com 11 corporações de bombeiros voluntários, num total de 662 elementos, dos quais 223 são funcionários das associações humanitárias detentoras dos corpos de bombeiros, o que representa 32 % do efetivo. Importa também dar nota que a estes elementos, acrescem os 65 elementos da companhia de bombeiros sapadores de Viana do Castelo”, especificou.
Viana do Castelo é o único concelho que além de uma corporação de bombeiros voluntários dispõe de um corpo profissional na região.
Além da capital do Alto Minho, apenas Caminha possui duas corporações de bombeiros voluntários, uma situada na sede do concelho e a outra em Vila Praia de Âncora.
De acordo com os números hoje fornecidos à Lusa pelo primeiro CODIS, “até à data foram realizados pelos bombeiros 1.217 transportes de utentes diretamente relacionados com a covid-19, (utentes com teste positivo, e/ou utentes com sintomas sugestivos de invenção)”.
Marco Domingues informou que o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo “faz um acompanhamento diário da situação epidemiológica ao abrigo da instrução específica elaborada pelo Comando Nacional de Emergência e Proteção Civil, compilando e analisando a informação remetida pelos corpos de bombeiros”.
O responsável garantiu que, “até ao momento a resposta ao socorro nunca esteve em causa em qualquer uma das corporações afetadas” pela covid-19.
“Se tal viesse a acontecer, de acordo com o Plano Operacional Nacional COVID e o Plano Operacional Distrital COVID, está prevista a projeção de grupos de reforço das várias vertentes do socorro, para ultrapassar tais dificuldades até ao restabelecimento da capacidade de resposta da corporação de bombeiros afetada”, realçou.
De acordo com Marco Domingues a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil já distribuiu aos corpos de bombeiros do distrito de Viana do Castelo 5.158 máscaras FF2, 6.064 máscaras cirúrgicas, 5.129 óculos, 5.226 batas, 360 aventais, 3.620 luvas, 2.540 toucas, 6.700 cobre botas e 114 fatos integrais.