Numa conferência ‘online’, organizada pela Câmara de Matosinhos, João Paulo Rebelo reconheceu o impacto financeiro da pandemia no desporto, especialmente “nos clubes de base local”, e disse que espera poder avançar brevemente os valores envolvidos.
“Espero estar em condições de, dentro de pouco tempo, podermos anunciar apoios financeiros específicos para o setor, especificamente a pensar nos clubes de base local”, assumiu o secretário de Estado.
O dirigente político, de resto, assegurou que o seu departamento do ministério da Educação tem estado “a trabalhar nisso ao longo dos últimos meses” e frisou a importância de os fundos comunitários do próximo quadro plurianual de apoios voltarem a contemplar o desporto, “coisa que não acontecia”.
“O desporto, nos últimos anos, não contou com um cêntimo destes fundos comunitários e isso foi uma perda muito pesada para este setor. O facto de o programa Portugal 2030 considerar novamente o desporto, vai ser decisivo”, assegurou João Paulo Rebelo.
O “músculo financeiro diferente” que o acesso aos fundos comunitários vai proporcionar ao desporto português permitirá, além de apoiar “especificamente os clubes de base local”, responder às “necessidades estruturais de infraestruturas do país”.
A secretaria de Estado que dirige vai também apresentar hoje o Programa de Requalificação de Infraestruturas Desportivas deste ano (PRID 2021), mas João Paulo Rebelo fez questão de sublinhar que esse trata-se de um apoio distinto, criado em 2017, que já apoiou mais de 400 clubes desportivos de base local “no que diz respeito às suas infraestruturas”.
As medidas anunciadas foram bem recebidas pelos restantes elementos do painel, nomeadamente José Couceiro (vice-presidente da Federação de futebol), Miguel Laranjeiro (presidente da Federação de andebol), Manuel Fernandes (presidente da Federação de basquetebol) e Vicente Araújo (presidente da Federação de voleibol).
Os dirigentes federativos, sem exceção, apontaram a falta de condições das infraestruturas desportivas do país como um dos grandes obstáculos ao fomento da prática desportiva e uma lacuna evidente de Portugal face aos restantes membros da União Europeia.
“Diria que esta é uma questão estrutural do nosso edifício desportivo. Em relação aos nossos parceiros europeus, temos infraestruturas em níveis muito deficientes e isso influencia negativamente a nossa prática desportiva”, sintetizou José Couceiro.
Devido à pandemia de covid-19, várias competições desportivas foram adiadas ou canceladas e as competições dos escalões de formação de todas as modalidades estão suspensas desde março de 2020, abrindo uma crise sem precedentes no setor que tem vindo a reclamar maiores apoios do Estado nos planos de apoio à retoma da economia.