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Música

07 Fev 2021

Último álbum de Carlos do Carmo “E Ainda…” editado em 16 de abril

Pedro Xavier

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O último álbum do fadista Carlos do Carmo, que morreu no dia 01 de janeiro, “E Ainda...”, é editado em 16 de abril, nos formatos digital, CD e vinil, anunciou a editora Universal Music Portugal.

O fadista, que morreu aos 81 anos, “como principal herança”, deixou “um disco de inéditos, todo preparado por ele, com a exigência e dedicação que se lhe conheceu durante quase 60 anos de carreira”, refere a editora num comunicado.

Embora se trate de uma edição póstuma, sublinha, “‘E Ainda…’ foi todo ele concebido e criado em vida”.

O álbum, refere a editora, “foi gravado ao longo de três anos e chegará às lojas fruto da intuição e da certeza de que Carlos do Carmo ‘tinha coisas para cantar’, como referiu o próprio na entrevista incluída na edição ‘deluxe’ deste disco”.

Alguns dos temas incluídos neste álbum foram apresentados ao vivo pelo fadista no espetáculo de despedida dos palcos, em 09 de novembro de 2019, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, nomeadamente “Mariquinhas.Com”, um poema de Vasco Graça Moura, que glosa um dos fados mais conhecidos do repertório fadista, “A Casa da Mariquinhas”, de Silva Tavares, uma criação de Alfredo Marceneiro.

Em “E Ainda…”, além de Vasco Graça Moura, Carlos do Carmo gravou poemas de Herberto Helder, José Saramago, Sophia de Mello Breyner, Hélia Correia, Júlio Pomar e Jorge Palma. Sophia e Herberto são dois autores estreantes na voz do fadista, que nunca os tinha cantado.

Na composição musical, “E Ainda…” conta com autorias de Victorino D’Almeida, que já assinou para o fadista o “Fado do Campo Grande”, Mário Pacheco, Paulo de Carvalho, autor da música de “Lisboa Menina e Moça”, e José Manuel Neto, guitarrista que o acompanhou várias vezes, tanto em estúdio como em palco.

O espetáculo da despedida de Carlos do Carmo nos palcos está incluído nas edições de “E Ainda…” no formato CD.

Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, Carlos do Carmo era filho da fadista Lucília do Carmo e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados O Faia, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística em 1964.

Vencedor do Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, entre outros galardões, o seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, na Alemanha, do ‘Canecão’, no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres.

“No Teu Poema”, “Um Homem na Cidade”, “Flor de Verde Pinho”, “Os Putos”, “Canoas do Tejo”, “Lisboa, Menina e Moça”, “Bairro Alto”, “Por Morrer uma Andorinha”, “Fado do Campo Grande” ou “Fado da Saudade”, interpretado no filme “Fados” e que lhe valeu um Prémio Goya, em Espanha, foram alguns dos seus êxitos, registados em dezenas de discos.

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