Em comunicado, o grupo explicou que a compra daquela propriedade, através da filial de vinhos em Portugal – a Falua, visa reforçar a sua presença grupo na produção de vinhos verdes.
“Este investimento destina-se não só a recuperar um importante legado histórico da região, uma vez que estamos perante uma propriedade cuja construção nos remete para os primeiros tempos da nacionalidade portuguesa, mas também a reforçar o papel do vinho verde enquanto agente de afirmação do território”, afirma a administração da Falua.
“A sub-Região de Monção e Melgaço, conhecida como o berço da casta Alvarinho e associada à produção de vinhos brancos de qualidade superior, reflete bem o objetivo da Falua em fazer crescer, com prestígio, o negócio de vinhos em Portugal”.
A Quinta do Hospital é composta por uma propriedade totalmente murada com uma casa senhorial, incluindo o Solar do Hospital, que remonta ao século XII.
Segundo a nota, “D. Teresa terá doado as terras à Ordem Hospitalária de São João de Jerusalém ou Ordem do Hospital, para que os Hospitalários se instalassem no Condado Portucalense”.
“Na Idade Média, os hospitais eram espaços criados dentro do espírito cristão de auxílio ao próximo, destinados a acolher e dar hospitalidade a viajantes e peregrinos, o que contribuiu para que a Quinta se transformasse num local de apoio hospitalar/hospitaleiro aos peregrinos que se dirigiam para Santiago de Compostela, na Galiza”, adianta.
Para a administração da Falua, “essa hospitalidade é uma característica do Minho, onde o vinho verde faz parte da História enquanto produto de referência alimentar e cultural”.
Com uma fachada brasonada do século XVI, a Quinta do Hospital localiza-se na freguesia de Ceivães, concelho de Monção, dominando a estrada nacional no extremo nascente da localidade de Valinha, num dos maiores e mais impactantes vales do Minho, afirmando a estratégia de expansão da Falua a outras Regiões Demarcadas.
Detida pelo Grupo Roullier, a Falua conta com 25 anos de atividade no sector. O investimento na Quinta do Hospital, em Monção, “cumpre o objetivo de potenciar todas as atividades do grupo francês em Portugal, em particular na atividade da Falua nas áreas de viticultura e enologia”.
A sub-região de Monção e Melgaço tem uma área total de 45 mil hectares, 1.730 dos quais cultivados com vinha, sendo que a casta Alvarinho ocupa cerca de 1.340 hectares.
A sub-região tem no mercado 253 marcas de verde, produzidas por 2.085 viticultores e 67 engarrafadores.
Segundo dados de junho de 2020 da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), as vendas de vinho de Monção e Melgaço “aumentaram 30%” desde que, em 2015, foi assinada a portaria que alarga o âmbito da utilização da designação Alvarinho a toda rotulagem da Região dos Vinhos Verdes (RVV).