O projeto terá a duração de 18 meses e começará a ser implementado em setembro, num financiamento de 140.349,64 € para a redução do lixo marinho.
O Projeto pretende incrementar a utilização de matérias-primas secundárias que permitam substituir o uso dos plásticos, estando a ser desenvolvida uma estação de reenchimento de garrafas de água reutilizáveis isentas de plásticos.
Em curso está igualmente o desenvolvimento de dois protótipos de garrafas “inteligentes” que vão estar em sintonia com a estação de reenchimento. As garrafas, desenvolvidas por João Mendes, aluno do curso de Mestrado em Design Integrado, da Escola superior de Tecnologia e Gestão do IPVC, têm um design atrativo assente em materiais devidamente selecionados, isento de plásticos, que permitirá a reutilização em larga escala garantindo a qualidade da água armazenada.
A garrafa principal do projeto transmite visualmente, a ideia de uma orca, “pelo facto de se tratar de um dos animais marinhos que mais sofre com a poluição dos oceanos, especialmente pelo excesso de plástico existente”. João Mendes, destaca o sofrimento deste animal marinho para a base e conceito no desenvolvimento do protótipo da garrafa. O designer deixa o alerta: “a forma da garrafa pretende sensibilizar para as consequências que o excesso de plástico no oceano faz por exemplo nestes animais marinhos, que não se estão a reproduzir o que pode levar, muito em breve, à sua extinção”.
O investigador do Politécnico de Viana do Castelo, Sérgio Lopes, está a desenvolver a estação interativa de reenchimento com o auxílio de Eduardo Avelar e Francisco Ferraz, estudantes do Curso de Engenharia de Redes e Sistemas de Computadores. O dispositivo irá, segundo Sérgio Lopes, “comunicar com a garrafa através de uma etiqueta digital, uma etiqueta eletrónica, que irá permitir a comunicação e identificação da garrafa que estará associada a um determinado utilizador”. Esta monitorização por utilizadores, ou grupo de utilizadores, irá permitir aferir métricas sobre o real impacto do projeto e qual o seu contributo para a sustentabilidade económica e ambiental.
Anualmente o IPVC vai reduzir em mais de 1 tonelada de plástico nos seus campus
António Curado, coordenador do Projeto Refill H2O IPVC, sublinha que “as instalações do IPVC são frequentadas anualmente por mais de 5000 alunos das mais diferentes faixas etárias, nas quais são consumidas anualmente cerca de 51000 garrafas plásticas de 0,50l e 15000 garrafas plásticas de 1,50l. Este consumo resulta na produção de 1215Kg de resíduos plásticos. O elevado consumo local, associado ao facto de o seu Campus ser frequentado por um público jovem, aberto à mudança de mentalidades, torna o IPVC “o local certo para a implementação deste projeto-piloto que visa a implementação de um modelo de substituição gradual das indesejáveis garrafas plásticas de água, que satisfaça as necessidades deste público-alvo, e que permite uma fácil replicação da solução desenvolvida no estabelecimentos de ensino profissional, básico e secundário do Alto Minho, numa primeira fase, e do território nacional, numa fase posterior que sai fora do âmbito da presente candidatura”.
António Curado sublinha ainda que “segundo dados da PORDATA, no ano 2018, existiam no Alto Minho aproximadamente 38139 alunos, estimando-se assim que a replicação por todos os estabelecimentos de ensino neste território iria reduzir, anualmente a produção de 9268 kg de plástico”.